Frango Vivo: Mercado encerra com recuo de preços em SP, SC, RS e PR, contrariando expectativas de reação
Nesta sexta-feira (16), o mercado de frango vivo encerra a semana com desvalorizações em grande parte das praças de comercialização. Apesar das expectativas de recuperação diante da demanda das festas de final de ano, o cenário acabou não se concretizando nesta primeira quinzena do mês. As exportações também registraram desempenho fraco.
O balanço semanal de preços realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que a maior queda registrada ocorreu no Paraná e em Santa Catarina. Os valores médios praticados nessas regiões cederam 3,33%, com referência de negócios a R$ 2,90 pelo quilo do vivo.
No Rio Grande do Sul, a cotação média cedeu 1,67% nos últimos sete dias, fechando a R$ 2,95 por quilo. Já em São Paulo, que também registrou na semana anterior, encerra com negócios em R$ 3,00 pelo quilo e queda de 1,64%. Minas Gerais permaneceu com preços estáveis em R$ 3,30/kg. Veja no gráfico:
Segundo informações do analista da Safras & Mercado, Allan Maia, o fraco desempenho frustrou as expectativas do mercado em registrar altas nesta quinzena. “O momento agora é de expectativa para ver se o preço consegue sustentação até o feriado de Natal”, disse.
Além dos recuos dos preços nas granjas, o cenário também observado no atacado. O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) explica que dentre as proteínas mais consumidas no país, a carne de frango é a única que está registrando desvalorizações neste período.
“Nessa época do ano o setor acaba tendo concorrência com outras carnes, como Chester e peru, agentes até esperavam certo desaquecimento no mercado de frango, mas muitos indicam que a redução na liquidez tem sido intensa”, apontam os pesquisadores do Centro.
A Scot Consultoria coloca que na semana, houve recuo de 1,63% no atacado na praça paulista, em que a carcaça está sendo comercializada em média a R$ 4,23 por quilo. Além disso, com a valorização do milho e das desvalorizações do frango no atacado e nas granjas, a relação de troca registrou piora. “Em Campinas (SP), o avicultor compra 4,74 quilos de milho com um quilo de ave, queda de 5,8% na semana”, explica o boletim.
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Custos de produção
Nesta semana, a Embrapa Suínos e Aves divulgou os índices de custo de produção de novembro, que anotou recuo no período. No mês o índice ICPFrango/Embrapa anotou 210,82 pontos, caindo 0,48% na comparação com os dados de outubro.
Porém, no ano foi acumulada alta de 62,09%, enquanto que nos últimos doze meses a valorização é de 60,88 %. O cenário é reflexo da forte alta do milho no ano, devido à escassez do cereal no mercado interno influenciado pela alta do dólar – que favoreceu as exportações.
IBGE
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados de abates de frango referentes ao terceiro trimestre de 2016. No período, foram abatidas 1,47 bilhão de cabeças de frangos, registrando desempenho menor do que o ano passado e o trimestre anterior.
Em comparação ao segundo trimestre, os abates diminuíram 1,5%, enquanto que no mesmo período de 2015 a queda é de 2,1%. Os estados que mais tiveram participação foram Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Exportações
Os embarques têm registrado ritmo lento no início de dezembro para a carne de frango in natura, segundo aponta dados reportados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) nesta semana. Nas primeiras semanas do mês foram exportadas 103,8 mil toneladas.
A média diária é de 14,8 mil toneladas, o que representa acréscimo de 1,3% na comparação com novembro, mas recuo de 9,9% em relação ao mesmo período de 2015. Já em receita, a soma é de US$ 155,0 milhões, sendo o valor por tonelada em US$ 1.493,4.
Apesar disso, o cenário é favorável para as exportações de frango no ano. Segundo informações reportadas pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). De janeiro a novembro, os embarques de carne de frango atingiram 4,022 milhões de toneladas, atingindo alta de 3% na comparação com 2015. Com isso, a entidade projeta que as exportações possam encerrar o ano com valorização de 2%.