Frango Vivo: Semana encerra com preços firmes nas principais regiões e exportações positivas
A primeira semana de outubro registrou preços firmes nas principais praças de comercialização. Nesta sexta-feira (07), a referência em São Paulo está em R$ 3,10/kg e em Minas Gerais a R$ 3,30/kg. Assim como todo o mês de setembro, os preços nas principais regiões seguem sem modificação, segundo aponta levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.
O analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, aponta que os negócios seguiram de forma lenta na semana, frustrando a expectativa de reajustes positivos para a semana. “O ambiente de negócios esteve enfraquecido, distante das expectativas mercadológicas, que apontavam para reajustes no período”, destaca.
Por outro lado, a tendência ainda segue para reajustes, mesmo que de forma comedida nos próximos dias. Para o analista, o período de recebimento de salários é um fator de influência para a procura das proteínas.
Um dos motivos que trazem a necessidade para alta das cotações são os custos de produção, que seguem elevados devido aos preços dos grãos praticados no cenário doméstico – por causa da oferta reduzida. “Além disso, os preços do milho permanecem em patamares bastante acentuados, o que amplia a necessidade de reajustes no curto prazo”, sinaliza.
Diante deste cenário, a decisão da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) para liberação de três variedades de milho transgênico dos Estados Unidos na tarde da quinta-feira pode trazer alívio aos produtores. A situação era esperada pelo setor de proteína animal para enfrentar o problema de escassez e preços altos do cereal no mercado doméstico.
Até então, apenas uma variedade havia sido liberada, o que impediria a compra, visto que não havia a possibilidade de separar os carregamentos. O presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Francisco Turra, disse que a expectativa é que com a autorização o setor possa ser abastecido até a entrada da safra de verão.
"Não significa que vamos importar quantidades que comprometam (a demanda da) próxima safra (do Brasil). Vai compatibilizar custos, vamos ter garantia de exercer nossa atividade", disse Turra à Reuters.
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Apesar das dificuldades de mudança de preços nas granjas, para o resfriado as cotações têm registrado evolução, segundo aponta o boletim do Cepea (Centro de Estudos Avançados e Economia Aplicada) nesta semana. “Entre 29 de agosto e 6 de outubro, a variação foi positiva em 0,2% no atacado da Grande São Paulo, com o quilo do produto passando para a média de R$ 4,60/kg nessa quinta-feira, 6”, aponta.
Um dos fatores de alta está o desempenho positivo nas exportações registradas em setembro, com incremento de 5,7% na comparação com o ano passado segundo dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). No total (incluindo carne in natura e processados) foram embarcados 387,5 mil toneladas. Com isso, são 3,379 milhões de toneladas no ano.
“Neste ritmo, projetamos que as exportações de carne de frango devam atingir o patamar de 4,5 milhões de toneladas”, avalia Ricardo Santin, vice-presidente de mercados da ABPA.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que em setembro foram embarcados 353,4 mil toneladas de carne de frango in natura, com média diária de 16,8 mil toneladas. O número é superior em 17,7% ao registrado em agosto, enquanto que no mesmo período de 2015 houve crescimento de 6,1%.
Em receita, os embarques somam US$ 568,4, com valor por tonelada em US$ 1.608,1. O faturamento é superior a setembro do ano passado (9,8%) e a ao mês anterior (16,9%).