Suíno Vivo: Mercado segue em reação e fecha semana com alta em grande parte das praças de comercialização
O mercado de suínos registrou mais uma semana de valorização em grande parte das regiões. Com o período do mês e a necessidade de repasse dos custos de produção, o mercado vem registrando reação, após meses de preços em queda. Apesar disto, os atuais patamares de preços não cobrem os gastos.
O analista da Safras & Mercado, Allan Maia, explica que o a demanda está aquecida e a procura pela proteína por parte dos frigoríficos tem sido positiva. Além disto, suinocultores estão buscando reajustar as margens. “O setor está repassando a alta registrada no milho e farelo de soja ao valor final do quilo vivo”, afirma.
Os embarques também estão em ritmo positivo e reduzindo a disponibilidade interna, segundo o boletim do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) desta semana. “As cotações do animal vivo e também da carne continuam em forte reação, de acordo com dados do Cepea. No acumulado parcial do mês (de 31 de maio a 8 de junho), o animal vivo se valorizou 5,4% no estado de São Paulo”, apontam os pesquisadores.
A Scot Consultoria também explica que as reação nas cotações é reflexo da demanda reduzida de animais. Além disto, as baixas temperaturas em grande parte do país propiciam o consumo da proteína.
Com isso, a maior valorização de preços da semana aconteceu no Paraná, segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. Na praça, os preços subiram 19,06% e a referência passou a ser de R$ 3,81 pelo quilo do vivo.
Em Minas Gerais e Goiás, a bolsa de suínos definiu uma alta de 10%, com negócios em R$ 4,40/kg. A decisão foi tomada em comum acordo entre frigoríficos e suinocultores. Em Santa Catarina, a alta também foi significativa, de 8,11% e referência em R$ 4,00/kg.
Já a pesquisa semanal de preços realizado pela ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) apontou que o preço médio pago aos produtores independentes fechou em R$ 3,72/kg – acréscimo de 4,49%. A cotação para os suinocultores independentes também subiu para R$ 2,83/kg.
A APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos) aponta que os negócios devem ficar entre R$ 80 a R$ 82/@ na semana, o equivalente a R$ 4,26 a R$ 4,37/kg. Na semana anterior, a referência estava entre R$ 75 a R$ 77/@, porém a praça vinha registrando negócios acima destes valores – o que indicava alta para esta.
Apesar da recuperação na praça paulista, o cenário ainda é de preocupação. Informações divulgadas pela APCS apontam que suinocultores paulistas estão há seis meses trabalhando no vermelho.
“Tivemos negócios ontem a R$ 56/saca do milho. A soja teve a R$ 1.540 toneladas - posto Rio Verde – que representa cerca de R$ 1.700 – posto granja de São Paulo. Ou seja, a reação dos preços dos suínos ainda não é suficiente para diminuir o custo de produção”, conta Valdomiro Ferreira Júnior, presidente da APCS.
Exportações
Seguindo os resultados de maio, as exportações seguem com bom desempenho. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) aponta que nos primeiros dias de junho foram embarcados 9,3 mil toneladas, com média diária de 3,1 mil toneladas. Em receita, os dados apontam para US$ 19,1 milhões.