Frango Vivo: Apesar da necessidade de reajustes, mercado tem mais uma semana de preços firmes
O mercado de frango vivo encerra mais uma semana com estabilidade nas principais praças de comercialização. Apesar dos preços firmes, existe a necessidade de reajustes positivos, para compensar as dificuldades enfrentadas pelos avicultores com os custos de produção. Além disto, a escassez de milho tem feito com que animais morram nas granjas, por falta de alimento.
O boletim do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) desta semana aponta que a oferta elevada é um dos fatores de pressão para o mercado. Além disso, os preços dos insumos têm levado produtores a encurtarem a engorda dos animais.
“Algumas indústrias promoveram férias coletivas, reduzindo os dias de abate nas plantas. Uma vez que os animais já estão incubados ou em processo de engorda, essa situação faz com que a oferta fique ainda maior que a demanda”, apontam os pesquisadores do Centro.
Informações do Avisite apontam que a oferta de animais está elevada, ainda como reflexo das incubações realizadas em março – quando se esperava recuo nos preços do cereal, com a colheita da safrinha. Com isso, o cenário é ainda mais agravante.
Em matéria da agência de notícias Reuters, o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Francisco Turra, aponta que cerda de 15% das unidades de processamento de aves e suínos estão fechadas. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da AAVIOPAR (Associação dos Avicultores do Oeste do Paraná), Luiz Ari Bernartt também relatou as dificuldades.
» Assista na íntegra entrevista com o presidente da AAVIOPAR, Luiz Ari Bernartt
O analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, explica que existe a necessidade de reajustes de preços, visto que em maio produtores não conseguiram repassar os valores de custos de produção ao consumidor final. Situação que é observada em todo o primeiro semestre do ano.
“Esta situação exprime uma grande necessidade em novos reajustes em toda a cadeia produtiva, mas para isso acontecer, efetivamente, é necessário que ocorra uma adequação da oferta em relação ao potencial de consumo”, comenta.
Em São Paulo, a estabilidade de preços já dura 25 dias, com negócios sendo registrados a R$ 2,50 pelo quilo do vivo. Porém, no atacado a tendência é de alta, em que foi registrado valorização de 5,6%. “Apesar da entrada do mês, a movimentação da demanda ainda não se mostrou suficiente para alavancar as cotações”, aponta o boletim da consultoria.
Em Minas Gerais, o cenário também é de manutenção, segundo aponta o levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Com isso, as cotações seguem em R$ 2,50/kg também. Veja no gráfico:
Exportações
Nesta semana, saíram os números de exportações referentes ao mês de maio. Os embarques de maio registraram nova alta mensal, em comparação com o mesmo período do ano passado. Conforme dados apontados pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), foram exportados 393,8 mil toneladas no mês, incluindo números gerais (considerando produtos in natura, embutidos, salgados e industrializados). O volume é maior em 19,6% em relação ao ano passado.
“Novamente a China se mostrou um dos grandes destaques do ano, com volumes de exportação superiores a 50 mil toneladas no mês. Outros mercados como a Arábia Saudita, Hong Kong, Rússia, Emirados Árabes Unidos e México apresentaram forte elevação, o que justifica a expressiva alta mensal”, analisa Ricardo Santin, vice-presidente de aves da ABPA.