Suíno Vivo: Mercado enfrenta mais uma semana de pressão nas cotações

Publicado em 29/04/2016 18:13

Nesta sexta-feira (29), as cotações para o suíno vivo encerraram estáveis nas principais praças de comercialização. Apesar disto, o cenário é de preços em queda por mais uma semana consecutiva. Por outro lado, exportações continuam com ritmo positivo, o que pode ajustar estoques no cenário doméstico.

Aliás, o excedente na oferta de animais é um dos principais fatores de pressão para as cotações, segundo explica o analista da Safras & Mercado, Allan Maia. Além disto, a demanda também está enfraquecida, um reflexo da situação política e econômica.

“Havia uma expectativa de aquecimento na demanda interna e de melhora nas exportações, o que levou o setor a ampliar a oferta de animais. A exportação, por um lado, vem correspondendo, mas o consumo interno, por outro, permanece enfraquecido, o que ajuda a pressionar as cotações. Outro fator que prejudica o setor é a forte alta do preço do milho, que vem ocasionando um elevado custo de produção”, explica.

O boletim do Cepea aponta que atual patamar de preços nas granjas chegou ao pior resultado dos últimos quatro anos em termos reais em Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. As dificuldades não se limitam apenas nas cotações em queda, mas também na alta dos custos de produção.

“Nesse contexto, pequenos produtores independentes estão em uma situação mais delicada, pois arcam com a aquisição dos insumos”, apontam os pesquisadores do Centro.

Com isso, a Scot Consultoria aponta que o poder de compra dos suinocultores paulistas chegou ao pior patamar do ano.  Com a média de preços de R$ 58 por arroba em São Paulo, houve uma baixa de 1,7% no poder de compra nos últimos sete dias. “Atualmente, em Campinas-SP, é possível adquirir 3,85 quilos do grão com um quilo do cevado. Esta é a menor relação de troca observada desde o início deste ano”, aponta a consultoria.

Preços

O levantamento semanal de preços realizado pelo Notícias Agrícolas aponta que a maior queda foi registrada no Paraná. Na praça, a referência cedeu 5,92%, fechando a semana com cotação de R$ 2,86 pelo quilo do vivo.

Em Minas Gerais, a bolsa de suínos definiu negócios em R$ 2,25/kg – o que representa baixa de 2,99% –, deixando os suinocultores mineiros em um cenário ainda mais preocupante. “Nós estávamos numa situação ruim e piorou um pouco mais. A expectativa está na próxima semana, que devido ao dia das mães costuma ser uma boa semana e esperamos que enxugue o mercado”, explica o presidente da ASEMG (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais), Antônio Ferraz.

Já em São Paulo, o cenário também é de perdas nas cotações. Na semana, a referência cedeu 1,56%, após a bolsa de suínos definir negócios entre R$ 58 e R$ 59/@  – o mesmo que R$ 3,04 a R$ 3,15 pelo quilo. “Este é o pior momento da suinocultura, custo de produção continua apertado e há um aumento do farelo de soja e milho, motivado pela escassez de chuva também colaboram para essa queda”, afirma o presidente da APCS, Valdomiro Ferreira.

No Rio Grande do Sul, a baixa registrada foi de apenas 0,32% na média de preços da semana. Segundo a pesquisa semanal da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul), a referência de negócios passa a ser de R$ 3,07 pelo quilo.  Além da baixa, os custos de produção também registram alta. A média de preço pago pela saca de milho de 60 quilos passa de R$ 45,25 para R$ 46,50.

Exportações

Por outro lado, os embarques de carne suína in natura seguem registrando dados positivos, devido a valorização do dólar – que torna os preços mais atrativos no mercado internacional.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), até a quarta semana de abril foram exportadas 40,8 mil toneladas, registrando uma média diária de 2,7 mil toneladas.

Em comparação com os volumes diários de março, houve um crescimento de 5,5%, enquanto que em relação ao mesmo período de 2015, o acréscimo é de 51,3%. Em receita, os embarques chegam a US$ 75,9 milhões, com valor por tonelada 1.861,30.

» Confira na íntegra as cotações para o suíno vivo

Por: Sandy Quintans
Fonte: Notícias Agrícolas

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