Suíno Vivo: Com mercado fraco, semana encerra com recuo em quatro praças

Publicado em 22/04/2016 17:48

As cotações do suíno vivo pago ao produtor independente encerraram a semana com desvalorização em quatro praças de comercialização. Outros dois estados mantiveram o valor de referência.

No Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Goiás os preços cederam pressionados pela demanda fraca. Na praça gaúcha a referência saiu de R$ 3,17/kg para R$ 3,08/kg, uma queda de R$ 0,09 por quilo. A bolsa de suínos do Paraná também registrou recuo nesta semana, sendo cotada a R$ 3,04/kg - R$ 0,01 a menos que a referência anterior.

Em Minas Gerais e Goiás, as referências encerraram a semana em R$ 3,35/kg, baixas expressivas de R$ 0,15 em ambas as praças.

 

Além da demanda interna lenta, dificultando o escoamento, alguns estados também registraram aumento na produção nos últimos dias. O presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG), Antônio Ferraz, ressalta que a queda ocorreu devido a entrada de animais vindos de outros Estados. “Houve uma entrada de animais em Minas de outras regiões, com isso se deu maior oferta e tivemos que baixar o preço em R$ 0,15”, explicou em entrevista ao site Suinocultura Industrial.

Além disso, o feriado de Tiradentes nesta quinta-feira (21) associado ao período de final de mês reduziu os dias de abate, contribuindo para um preço menor em diversas regiões.

Em São Paulo, a Bolsa de Suínos manteve os valores registrados na semana passada. A APCS informou a manutenção nos preços com negócios efetivados entre R$ 58,00 a R$ 60,00/@ = R$ 3,09 a R$ 3,20/Kg vivo condições bolsa. Santa Catarina seguiu a mesma tendência, mantendo os preços estáveis em R$ 3,00/kg nesta semana.

“O mercado está calmo, sem grandes alterações em relação a semana passada, um comportamento esperando devido ao feriado”, afirma o presidente da APCS, Ferreira Júnior. Segundo o representante, a expectativa continua no mês de maio. “Esperamos que em maio os preços comecem a reagir. Com os valores atuais os produtores continuam no prejuízo em relação a custo e venda – hoje a cabeça está R$ 80”, declarou o presidente da Associação, Valdomiro Ferreira Júnior, em nota.

De acordo com levantamento da Scot Consultoria, a oferta nas granjas paulistas está maior que a demanda. No atacado, a pouca demanda, em função da época do mês, queda do poder aquisitivo do consumidor, forte calor e proximidade do feriado, manteve o mercado fragilizado.

Em um ano, o preço da arroba caiu 4,8%. Considerando a inflação acumulada no período, a receita real por arroba caiu 14,2%.

Outra preocupação do setor, que se agrava diante das quedas nos preços, é o alto custo do milho e do farelo de soja. O cereal é o principal componente na ração animal e tem trazido consequência expressivas nos custos de produção.

Segundo boletim semanal do Cepea (Centro Avançado de Econômica Aplicada) o poder de compra de suinocultores frente ao milho e ao farelo de soja se estreitou neste o início do mês.

"Na região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), especificamente, o poder de compra frente ao milho está no menor patamar já registrado pelo Cepea", informou o Centro.

Exportações

Diante da demanda interna fraca, as exportações têm desempenhado cada vez mais um papel de destaque no mercado. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que até a terceira semana de abril foram exportadas 30,1 mil toneladas, com média diária de 2,7 mil toneladas.

Se comparar os dados diários de março, houve um aumento de 6,3%, enquanto que em relação ao mesmo período do ano passado, o crescimento é de 52,4%. Em receita, os embarques chegam a US$ 54,6 milhões.

» Confira na íntegra as cotações para o suíno vivo

Por: Larissa Albuquerque // André Lopes
Fonte: Notícias Agrícolas

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