Frango Vivo: Mercado encerra mais uma semana com preços em queda; Minas Gerais cai 9,09%
O mercado de frango vivo volta a encerrar a semana com preços em baixa nesta sexta-feira (22). Em Minas Gerais, uma nova queda foi registrada, em que a referência de negócios passa a ser de R$ 2,50/kg. Com isso, pela segunda semana consecutiva, o mercado fecha com baixa em grande parte das praças de comercialização.
Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, novamente os preços caíram em todas as regiões acompanhadas. A maior baixa foi registrada em Minas Gerais, que caiu 9,09% na semana. Em São Paulo, as cotações também registraram diversas baixas. Com isso, a semana encerra com negócios a R$ 2,60/kg, após o décrescimo de 3,70%.
Em Santa Catarina e Paraná, as cotações cederam 1,96%, com a semana encerrando a R$ 2,50/kg. No Rio Grande do Sul, a baixa foi de 1,92%, levando a referência para R$ 2,55 pelo quilo do vivo. Veja no gráfico:
As cotações para o frango vivo estavam estagnadas há algumas semanas, mesmo com a necessidade de ajustes positivos para compensar os altos custos de produção que sobem desde o ano passado. Com o dólar tornando o milho brasileiro mais competitivo, as exportações aumentaram exponencialmente - o que tornou os preços mais altos no mercado interno e trouxe escassez na oferta do cereal.
Já o consumo, está baixo, devido as dificuldades econômicas no Brasil. Nem mesmo o a primeira quinzena do mês - quando a procura é maior devido ao período de recebimento de salários - foi suficiente pra reação de preços. Com isso, é observado o aumento da oferta de animais em algumas regiões, segundo aponta o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
"Há evidentes sintomas de excedente de oferta no mercado interno, mesmo que a demanda não seja um problema", explica.
O boletim do Cepea, aponta que os atuais preços estão nos menores patamares do ano.“Mesmo com as exportações recordes de carne de frango in natura no primeiro trimestre, a oferta doméstica ainda supera a demanda – que segue reduzida não apenas no atacado e varejo, mas também no mercado spot do animal vivo”, apontam os pesquisadores.
Por outro lado, o Centro aponta que o farelo de soja - outro componente importante para ração e que trouxe aumento nos custos de produção - registrou baixas e está no menor patamar desde julho de 2015. O milho segue com altos preços, mas os acréscimos estão limitados, segundo apontam os pesquisadores.
Com isso, como forma de amenizar os problemas referentes a escassez de milho no mercado doméstico, o governo optou por retirar as taxas de importação do cereal de países também fora do Mercosul. Segundo informação do agência de notícias Reuters, a medida já foi publicada no Diário Oficial da União ainda nesta sexta-feira.
Segundo analista da FCStone, Caio Toledo Godoy, a decisão não deve beneficiar produtores de carnes no curto prazo, devido as dificuldades do procedimento de importação e a disponibilidade dos portos - que estão focados nos embarques de soja. Já em um cenário no médio prazo pode haver mudanças nos preços no mercado interno, com a chegada da safrinha.
Exportações
Por outro lado, os embarques continuam registrando números positivos para a carne de frango in natura. Segundo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), até a terceira semana de abril foram exportados 214,7 mil toneladas.
Com média diária de 19,5 mil toneladas, há um crescimento de 16,5% em comparação com os embarques por dia de março e acréscimo de 29,5% em relação há um ano. Em receita, a soma é de US$ 300,4 milhões.