Frango Vivo: Preços cedem em grande parte das regiões nesta 6ª feira
A semana encerra com baixa de cotações em grande parte das praças de comercialização nesta sexta-feira (15). Com a demanda retraída e o mercado registrando aumento na oferta de animais em algumas regiões, cotações têm cedido mesmo com o período do mês que é tipicamente de maior demanda pela proteína – com o recebimento de salários.
Segundo dados do Cepea, os preços acompanhados estão no menor patamar do ano, para o vivo, resfriado e congelado. “Mesmo com as exportações recordes de carne de frango in natura no primeiro trimestre, a oferta doméstica ainda supera a demanda – que segue reduzida não apenas no atacado e varejo, mas também no mercado spot do animal vivo”, apontam os pesquisadores.
Apesar das quedas registradas, há algumas semanas as cotações estavam estagnados há mais um mês em grande parte das regiões, mesmo com a necessidade de reajustes. Com os atuais patamares de preços para o milho – um dos principais componentes da ração -, avicultores precisam ajustar margens.
Além disso, com o período de entressafra, não há cereal disponível para compra, o que tem levado indústrias produtoras a importar de países vizinhos. Com isso, o Ministério da Agricultura (Mapa) busca a isenção de taxas para a compra de milho de outro lugares, como os Estados Unidos.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, o vice-presidente da Aurora, Neivor Canton, explicou que as margens estão ligeiramente no vermelho com a escassez da oferta de milho no mercado interno e a necessidade de importação.
“Mas as importações ainda vêm em custo elevado, porque foram consolidadas algumas semanas atrás (com um dólar mais valorizado)... As margens operacionais com milho nos atuais patamares acima de 45 reais por saca, realmente dificultam", disse Canton.
A situação não deve registrar grandes mudanças até a colheita da safrinha, quando a oferta do cereal pode se regularizar. Porém, com as dificuldades climáticas em estados produtores, o cenário ainda é incerto.
Preços
De acordo com o levantamento de preços realizados pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a maior baixa de preços foi registrada em Santa Catarina. Na semana, as cotações caíram 5,56% - com referência de R$ 2,55 pelo vivo.
Em Minas Gerais o cenário também foi de baixa. Apenas nesta semana, a praça teve quatro desvalorizações consecutivas, que levou as cotações cederem 5,17%. Com isso, a referência de negócios é de R$ 2,75 pelo quilo do vivo.
Outra baixa significativa na semana ocorreu em São Paulo. Na praça, as cotações cederam 3,57%, após semanas de estabilidade. Por isso, a referência passa a ser de R$ 2,70/kg. Veja no gráfico abaixo:
Exportações
Se por um lado o mercado interno enfrenta dificuldades com custos de produção e demanda retraída, nas exportações o cenário segue positivo. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) na primeira semana de abril foram embarcadas 123,9 mil toneladas de carne de frango in natura.
Com desempenho diário de 20,6 mil toneladas, existe um crescimento de 23,2% em relação ao volume por dia de exportações de fevereiro e aumento de 37,0% em relação a abril de 2015. Em receita, os embarques somam US$ 175,8 milhões.
A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) projeta crescimento para o setor, mesmo com a demanda interna enfraquecida, baseando no aumento das exportações.
“Se somarmos os embarques para Hong Kong, a China se torna a maior importadora de carne de frango produzida no Brasil, com 69,1 mil toneladas embarcadas apenas em março. Este contexto indica equilíbrio entre a oferta interna e as exportações de carne de frango do Brasil”, ressalta em nota, Ricardo Santin, vice-presidente de aves da ABPA.