Suíno Vivo: Semana encerra com preços em queda na maior parte das regiões
Nesta sexta-feira (08), as cotações para o suíno vivo encerram o dia estáveis nas principais praças de comercialização. Por outro lado, a semana foi marcada por baixas nas cotações na maioria das regiões – mesmo sendo o período de maior consumo pelo recebimento de salários.
A pesquisa semanal realizada pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que a maior baixa registrada foi em Santa Catarina. Os negócios passaram de R$ 3,40/kg para R$ 3,00/kg – o que representa um recuo de 11,76% nos últimos sete dias.
Em São Paulo, as cotações cederam 4,41%, após semanas de preços estáveis na praça de comercialização. A bolsa de suínos do estado definiu negócios entre R$ 63 a R$ 65/@ - ou R$ 3,36 a 3,47/kg vivo. Na última semana, a referência estava entre R$ 66 e R$ 68/@, porém diversas vendas estavam sendo realizadas abaixo do valor de referência.
Em Mato Grosso, a semana também de saldo negativo. Na praça, os preços recuaram 2,50% na semana, com referência de negócios em R$ 2,73/kg, segundo o site da Acrismat (Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso).
Em Minas Gerais, as cotações caíram 2,78%. A bolsa de suínos definiu cotação em R$ 3,50 pelo quilo do vivo para os próximos dias, um recuo de R$ 0,10. Na semana anterior, a bolsa de suínos havia definido preço em alta, apesar de não ter existido um acordo entre produtores e frigoríficos. O valor também vale para Goiás.
Já no Rio Grande do Sul, a semana foi de estabilidade nas cotações. De acordo com a pesquisa realizada pela ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul), os preços médios pagos aos produtores independentes seguem em R$ 3,29/kg. Para os integrados, a média de preços registrou redução e fechou em R$ 2,86/kg.
Por outro lado, os custos de produção no estado gaúcho continuam subindo. Ainda segundo a pesquisa semanal, o valor médio pago pela saca de milho de 60 quilos subiu para R$ 42,00 – na última semana estava em R$ 40 por saca.
Com isso, custos de produção continuam como preocupação para o setor, que seguem em alta devido a subida no valor do milho no mercado interno. Com a valorização do dólar frente ao real, as exportações de cereal tiveram crescimento considerável desde o último trimestre de 2015, além da escassez da oferta de milho.
Segundo o Cepea, a colheita da safra de verão tem seguido nas principais regiões, mas a disponibilidade é pequena, enquanto os negócios seguem aquecidos. “Com dificuldade de encontrar o cereal no mercado interno, principalmente grandes lotes, agentes ligados à produção de proteína animal já tem feito algumas importações de países vizinhos como Paraguai e Argentina”, aponta o Centro.
Além das altas nos custos de produção, o analista da Safras & Mercado, Allan Maia, explica que a demanda está retraída, mesmo com a primeira quinzena do mês – quando é maior o consumo – e avalia que no curto prazo novas quedas não estão descartadas. O Cepea também aponta que as altas temperaturas e as dificuldades econômicas têm inibido o consumo da proteína.
“Apesar de ser o período do mês (primeira quinzena) onde o apelo ao consumo tende a ser maior, devido à entrada da massa salarial, os preços não mostram sinais de recuperação”, avalia o analista, Allan Maia.
Exportações
Enquanto o consumo no mercado interno está retraídos, as exportações seguem em crescimento. A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) explica que em março foi registrado o maior valor mensal de embarques de 2016. "O resultado mensal de março é um recorde histórico nos embarques de carne suína in natura. Diversos destinos vêm apresentando elevações nas compras. A Rússia, por exemplo, expandiu suas importações em 75 por cento", disse o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações da carne suína in natura para o mês de março chegou a 56,7 mil toneladas, com média diária de 2,6 mil toneladas. Há um acréscimo de 11,8% em comparação com dados de fevereiro, enquanto que o crescimento em relação a março de 2015 é ainda maior, de 85,1%.