Frango Vivo: Depois de semanas de estabilidade, preços recuam em Minas Gerais nesta 6ª feira
Após algumas semanas de estabilidade, as cotações para o frango vivo registraram queda de preços sexta-feira (06). Em Minas Gerais, a referência de negócios cedeu R$ 0,05, de acordo com dados da AVIMIG (Associação dos Avicultores de Minas Gerais). Com isso, a cotação é de R$ 2,90/kg no estado. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, esta foi a única baixa da semana.
Há semanas o mercado vem registrando preços firmes, mesmo com a necessidade de reajustes devido aos altos custos de produção. Porém, com a demanda enfraquecida no cenário doméstico nos últimos meses, os preços não conseguem reação. O boletim do Cepea aponta que as dificuldades econômicas têm afetado diretamente o consumo das proteínas.
“Apesar desse desempenho [das exportações], que ajuda a enxugar a oferta doméstica, os preços internos da carne de frango estão em queda nesta primeira semana de abril em praticamente todas as regiões acompanhadas pelo Cepea”, apontam os pesquisadores.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná), Domingos Martins, explica que existe a dificuldade de repassar custos ao consumidor final. "Embora as outras proteínas estejam em preços mais elevados, nos não conseguimos repassar a alta nos custos em função da situação econômica que atravessa o país", explica Martins.
» Veja na íntegra a entrevista com o presidente da Sindiavipar, Domingos Martins
Já o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a expectativa neste início de mês era de retomada nas cotações, favorecido pelo período em que o consumo é maior – além de ter encerrado o período de quaresma. “Isso acabou não acontecendo reflexo do expressivo alojamento de pintos de corte durante o primeiro trimestre”, acrescentou.
O analista também aponta que o mercado necessita de reajustes, ainda puxada pela alta do milho, que afeta diretamente nos custos de produção. Apenas nesta semana, o indicador Cepea se aproximou dos R$ 50 pela saca de 60 quilos.
O Centro aponta apesar da colheita da safra de verão, há pouca disponibilidade no mercado, além de muitos negócios antecipados. “Com dificuldade de encontrar o cereal no mercado interno, principalmente grandes lotes, agentes ligados à produção de proteína animal já tem feito algumas importações de países vizinhos como Paraguai e Argentina”, aponta o Cepea.
Com isso, a Agroconsult projeta que as aquisições de milho da Argentina podem chegar a 700 mil toneladas, com a demanda de produtores de aves e suínos – o que poderia ser o maior volume de compras desde 2000.
Exportações
Por outro lado, as exportações seguem em alta, contribuindo para o enxugamento da oferta de animais no mercado. De acordo com a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), em março foi registrado o maior patamar mensal do ano. Para a carne de frango – considerando todos os produtos (in natura, salgados, embutidos e processados) – foram exportadas 403,4 mil toneladas em março, volume 15,6% superior ao mesmo período de 2015.
Já os dados de carne in natura, chegaram a 368,6 mil toneladas, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Com média diária de 16,8 mil toneladas, o resultado é superior em 10,5% em comparação aos dados de fevereiro. Já em relação a março de 2015, o crescimento é ainda maior, de 16,3%. Em receita, os dados apontam para US$ 510,8 milhões, com o valor por tonelada em US$ 1.385,6.