Setores de aves e suínos devem continuar em ascensão, apesar dos altos custos produtivos

Publicado em 28/03/2016 11:43

Os setores produtivos de aves e suínos vivem, atualmente, uma pressão em torno de seus custos produtivos, motivados principalmente pelos altos preços do milho. “O cereal é um dos principais itens utilizados nas rações, sendo que a alimentação é responsável por cerca de 70% do custo total da produção de aves e suínos”, destaca Andrea Gessulli, diretora da Gessulli Agribusiness, empresa responsável pela organização da AveSui 2016.

“A situação tem afetado, neste início de ano, a rentabilidade nos dois setores, mas as perspectivas para 2016, como um todo, se mantém otimistas”, afirma a executiva. Focada nas novidades da avicultura e suinocultura, a feira contará com o apoio da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), por meio das revistas A Lavoura e Animal Business. O encontro será realizado de 3 a 5 de maio, no CentroSul, em Florianópolis (SC),

Em sua avaliação, Andrea destaca que, no caso da avicultura, as exportações cresceram 9,9% neste primeiro bimestre de 2016 em relação a igual período do ano passado. “Em 2015, foram embarcadas 4,3 milhões de toneladas de carne de frango, com o País mantendo sua liderança no comércio internacional. México e China, recentemente, habilitaram novos frigoríficos brasileiros e o mercado da Mongólia também se abriu ao produto nacional. E internamente, o frango tem um consumo forte, com mais de 43 quilos per capita”, pontua a executiva.

Para ela, “com o Brasil mantendo seu status sanitário e estabelecendo um equilíbrio entre oferta e demanda, a tendência é de um bom ano para a avicultura brasileira”.

Setor de suínos

Em relação à suinocultura, Andrea diz que a expectativa é de um crescimento interno moderado. “As exportações começaram bem neste ano, com crescimento em janeiro de 63% em relação ao mesmo mês do ano passado. O setor tem trabalhado fortemente com campanhas visando ao aumento no consumo interno, as quais têm surtido efeito positivo.”

Mesmo assim, pondera a diretora Gessulli Agribusiness, “o consumo per capita de carne suína no Brasil está no patamar de 15 quilos, abaixo dos principais consumidores mundiais desta proteína, mas existe uma expectativa de fortalecimento gradual do mercado interno”.

Avanços e gargalos

Nos últimos anos, tanto a suinocultura quanto a avicultura alçaram voos importantes. “O Brasil é um grande jogador no mercado mundial de carnes e tem grande vocação para a produção de aves e suínos. Não é por acaso que somos o segundo maior produtor de carne de frango do mundo e o maior exportador dessa proteína”, comenta Andrea.

Segundo ela, “a suinocultura brasileira não fica para trás”. “O Brasil é o quarto maior produtor e exportador global de suínos. São cadeias altamente organizadas, tecnificadas e pujantes, dentro e fora da porteira.”

Ainda conforme a executiva, “os seguidos saltos produtivos destas duas cadeias e seus protagonismos no mercado internacional de carne, no entanto, não encontraram contrapartida em diversas áreas correlatas à produção de aves e suínos”. Em sua visão, “a burocracia excessiva, o caótico sistema tributário, infraestrutura e logísticas precárias continuam a atrapalhar o desenvolvimento do País, impedindo um avanço mais robusto da avicultura e suinocultura brasileiras”.

Avesui 2016

Com o tema “Transformar: uma forma inteligente de produzir”, a AveSui 2016 trará algumas novidades na edição deste ano, como o conceito Ad-Value, que permitirá a entrada do produtor rural, cooperado, funcionário da agroindústria ou do frigoríficos, sem custo aos participantes, desde que apresentem sua credencial ou o cartão de visita. A intenção dos organizadores do encontro é direcionar os serviços oferecidos na feira ao seu público alvo.

A feira ainda contará com a participação de expositores dos mais variados segmentos: alimentação animal, ambiência, máquinas e equipamentos, saúde animal, infraestrutura para granja, manejo, logística.

As atrações do espaço em Florianópolis ficarão por conta da granja modelo (show room completo com equipamentos para granjas de aves e suínos e os mais modernos sistemas de produção); do abatedouro móvel (instalado em um caminhão, que ajuda pequenos suinocultores a realizar abates, respeitando padrões de sanidade e bem estar animal); do auditório de inovações tecnológicas (espaço para palestras empresariais sobre tecnologia e novos métodos aplicáveis ao dia a dia do produtor em sua propriedade); dos pavilhões internacionais (com empresas vindas dos quatro continentes, trazendo novidades para quem busca fechar parcerias, além da distribuição de novos produtos).

A edição deste ano da AveSui ainda contará com a Feira de Biomassa e Bioenergia, que apresentará a geração de energia renovável dentro da propriedade; a Vitrine de Negócios (espaço para o pequeno e médio empresário alavancar seus produtos); exposição de trabalhos científicos, principalmente com foco na valorização do jovem pesquisador e nas recentes novidades em pesquisas.

Negócios

“Para falar sobre perspectivas é imprescindível que levemos em consideração o momento atual do dólar no Brasil. Tendo em vista a valorização da moeda norte-americana frente ao real e o fator “vantagem em exportar”, entendemos que os negócios com parceiros internacionais tendem a ser promissores”, salienta Andrea ao falar da sua expectativa de negócios durante e pós-evento.

Para a diretora da Gessulli Agribusiness, o produtor brasileiro também “estará interessado em investir em ferramentas que otimizem a produção, com ganho em produtividade e redução de custos, preservando a qualidade da carne, sem afetar o meio ambiente. Este é o grande desafio do futuro das cadeias produtivas de aves e suínos.”

De acordo com ela, para a AveSui 2016, “já somamos mais de 50 empresas internacionais, que estão vindo para apresentar soluções e novas opções de produtos para o mercado brasileiro, e mais de 130 nacionais que buscam um contato direto com o produtor para fortalecer sua marca e apresentar seus produtos”. “Assim, sem perder a cautela e entendendo o cenário atual, esperamos, no mínimo, 10% a mais de negócios na feira deste ano, em relação à de 2015, visto que ela está bem diversificada, com ótimas oportunidades de novos negócios.”

Fonte: SNA

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