Exportações de carne suína acumulam alta de 77,5% em 2016, aponta ABPA
Os embarques de carne suína seguem em ritmo acelerado neste ano. Conforme números levantados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações brasileiras do setor (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 99,3 mil toneladas no primeiro bimestre de 2016, número 77,5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Somente em fevereiro foram exportadas 52,1 mil toneladas, 92,9% a mais em relação ao ano anterior, segundo a ABPA.
Influenciado pelo forte crescimento dos embarques, as exportações de carne suína registraram altas, também, no saldo cambial. Nos dois primeiros meses do ano, o setor acumulou uma receita de US$ 165,9 milhões, 18,4% a mais que no ano anterior. Deste total, US$ 86,2 milhões foram realizados em fevereiro, 29% a mais que em 2015.
O resultado é ainda mais expressivo em Reais. No bimestre, a receita chegou a R$ 665,5 milhões, 74,5% a mais que no ano anterior. Em fevereiro, foram R$ 342,5 milhões, 81,9% maior que o segundo mês de 2015.
“O fim dos impactos causados pelo inverno do Leste Europeu na logística dos embarques e a ampliação das vendas em gigantes da Ásia foram determinantes neste resultado. A forte elevação das vendas internacionais está ajudando a equilibrar a oferta interna dos produtos. Este ritmo tem se mantido nos primeiros dias de março”, analisa Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA.
A Rússia – principal destino da carne suína do Brasil – retomou com força o nível das importações. Na comparação com o primeiro bimestre do ano passado, o país incrementou suas compras em 76%, com total de 35,5 mil toneladas. Em fevereiro, as importações praticamente dobraram (+99%) na comparação com o mesmo mês do ano passado, chegando a 19,2 mil toneladas.
Também com forte crescimento, as vendas para Hong Kong acumulam alta de 77% nos dois primeiros meses deste ano, com 27,5 mil toneladas embarcadas. Deste total, 13,7 mil toneladas foram realizadas apenas em fevereiro (+68%).
Com a habilitação de novas plantas, a China se consolidou entre os cinco maiores compradores de carne suína do Brasil. Destino de 4,5 mil toneladas nos dois primeiros meses deste ano (contra 56,7 toneladas no primeiro bimestre de 2015), o gigante asiático é destino hoje de 4,6% das exportações brasileiras no período. À frente da China estão Rússia, com 36,3% do total, Hong Kong, com 28,1%, Singapura, com 6,8%, e Angola, com 5,4%.
“Neste mês vimos a Rússia ampliar seu share nas exportações brasileiras em relação ao mês passado. Entretanto, lembrando que o país mantinha uma média de 45% do total exportado pelo Brasil, é notável uma reconfiguração no cenário das exportações brasileiras de suínos, com a ampliação das vendas para praticamente todos os principais destinos. Os países da Ásia efetivaram compras em nível semelhante ao executado pelo Leste Europeu”, destaca Rui Eduardo Saldanha Vargas, vice-presidente de suínos da ABPA.