Frango x milho: em fevereiro poder de compra 26% menor que o de um ano atrás
Com certeza a avicultura já enfrentou momentos em que o abastecimento e o preço do milho estiveram bem mais difíceis que o atual. Mas (também com certeza) não após a colheita da maior safra da história do País – mais de 84 milhões de toneladas, volume 140% superior ao de 10 anos antes (35 milhões/t na safra 2004/2005).
O fato é que, apenas pela valorização do dólar (pois o produto brasileiro está sendo exportado por valor inferior ao de um ano atrás), o consumidor interno enfrenta dificuldades crescentes para obtenção do produto – dificuldades que, ressalte-se, não estão atreladas apenas ao preço, mas também à disponibilidade do grão.
Sob esse aspecto, o produtor de frango – que tem no milho a principal matéria-prima – é quem mais enfrenta desafios com esse encaminhar. Pois seu poder de compra vai se reduzindo de forma drástica e contínua. A ponto de retirar do frango a competitividade frente a outras carnes. Isto, no momento em que o consumidor mais necessita.
Um ano atrás, em fevereiro de 2015 (quando, note-se, o setor vivia um dos piores momentos econômicos do ano e o frango era mal remunerado), uma tonelada de frango vivo gerava retorno financeiro suficiente para adquirir perto de 5 (cinco) toneladas de milho. Ou, mais exatamente, 4.832 kg do grão.
Neste ano, em fevereiro – mês em que as operações com o frango decorreram em ambiente firme na maior parte do período, o que sugere a obtenção de preços melhores que os de um ano atrás – o mesmo volume de aves vivas adquiriu não mais que 3.569 kg de milho, 1.263 kg a menos que em fevereiro de 2015, o que significa redução de mais de 26% no poder de compra do avicultor.
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