Suíno Vivo: Preços têm mais uma semana de recuperação e cotações encerram com alta nesta 6ª feira
Novas altas foram registradas para o suíno vivo nesta sexta-feira (26). Após os reajustes na maioria das praças de comercialização, a bolsa de suínos de Santa Catarina também definiu negócios em R$ 3,40/kg para a semana, um acréscimo de 4,55% em comparação a referência anterior. Além do aumento de preços, as exportações também registraram balanço positivo na semana.
Apesar da recuperação de preços em algumas praças, o cenário ainda é preocupante para suinocultores. De acordo com analista da Safras & Mercado, Allan Maia, custos de produção e demanda interna desaquecida seguem como principais preocupações para o mercado, mesmo com algumas reações nas cotações.
O analista também aponta que a tendência para os próximos dias é de preços estáveis para o curto prazo. Com a chegada de março, a expectativa é de demanda aquecida – por ser o período do mês que historicamente o consumo aumenta.
Já o Cepea aponta que o preço da carne suína tem a menor relação com a bovina desde a série histórica iniciada em 2014. “Na parcial deste mês (até o dia 24), a carcaça especial suína é negociada a R$ 5,22/kg, enquanto a carcaça casada bovina, a R$ 10,01/kg (ambas no atacado da Grande São Paulo), forte diferença de 4,79 reais por quilo”, apontam os pesquisadores.
No mês anterior, as cotações para o suíno vivo vinham registrando quedas consecutivas de preços, alavancadas por uma alta oferta de animais no cenário doméstico, apesar de ritmos positivos de embarques. O Centro também aponta que a situação é consequência da nos insumos – milho e farelo de soja -, que levou muitos produtores a abaterem antes do peso ideal para diminuir gastos nas propriedades.
De acordo com o levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a maior alta registrada na semana foi em São Paulo, que subiu 15,27%. A Bolsa de Suínos paulista definiu entre R$ 65 a R$ 66/@ - o mesmo que R$ 3,47/kg a R$ 3,52/kg. Na última semana, grande parte da comercialização fechou em R$ 65/@, por isso o reajuste positivo.
Em Rio Grande do Sul, as cotações também tiveram alta significativa, de 12,42%. De acordo com a pesquisa semanal da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul), os preços médios pagos aos independentes teve alta de R$ 0,15 e fechou em R$ 3,29/kg. Já o valor da saca de milho teve uma leve redução e ficou em R$ 38 por saca na média estadual.
Em Minas Gerais, a bolsa de suínos encerrou com R$ 3,50/kg. De acordo com a ASEMG (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais), produtores sugeriram a cotação de R$ 3,60/kg, apostando no aumento da comercialização. Já frigoríficos apontam a dificuldade de repassar custos ao consumidor final.
Leilões
Por outro lado, os custos de produção seguem como preocupação ao setor, com o aumento de insumos de milho e farelo de soja. Em entrevista a Agência Brasil, o professor e economista da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema/Dace/Unijui), Argemiro Luís Brum, aponta que as altas não são suficientes para acompanhar as subidas nos custos de produção.
Com isso, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) tem realizado leilões de estoques públicos de milho, destinando para criadores. Na próxima quarta-feira (02) serão ofertadas mais dois lotes com o total de 150 mil toneladas, com valores entre R$ 20,22 a saca a R$ 30,78 a saca de 60 kg do cereal.
Exportações
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou nesta semana, números parciais de embarques de fevereiro para carne suína in natura. Em 13 dias úteis, foram exportados 31,5 mil toneladas, com média diária de 2,4 mil toneladas. Em relação ao mesmo período de 2015, houve um crescimento de 98,5% se comparado os embarques por dia. Em receita, os embarques somam US$ 55,4 milhões.