Suíno Vivo: Cotações registram recuperação em SP, SC e PR, após semanas de baixa de preços

Publicado em 19/02/2016 17:10

As cotações para o frango vivo registraram altas nesta sexta-feira (19). Em Santa Catarina, a bolsa de suíno definiu negócios em R$ 3,30/kg – acréscimo de 8,20% em relação a última definição. Esta é a terceira alta dos últimos dias, após dias de pressão nas cotações, em que São Paulo e Paraná também encerram a semana positiva. Já as exportações encerraram com números positivos, o que deve contribuir ainda mais para o cenário de recuperação de preços.

Ainda nesta semana, o presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, apontou houve um crescimento na procura por animais por parte da indústria no final da última semana, visto que o feriado de Carnaval interrompeu abates por alguns dias. Com referência de R$ 3,05/kg definido pela bolsa de suínos no estado, já existe registro de negócios entre R$ 3,10/kg e R$ 3,15/kg.

De acordo com o levantamento semanal realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a maior alta da semana ocorreu no Paraná, com reajuste de 12,17% e negócios em R$ 3,78/kg. Já em São Paulo o aumento foi de 5,15%, em que referência fechou entre R$ 64 e R$ 65/@ - o mesmo que R$ 3,41 a R$ 3,47/kg. Além disto, nesta semana, diversos negócios foram registrados na praça paulista –todos na casa dos R$ 65/@.

A ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) divulgou sua pesquisa semanal de preços. Após semanas de baixas, a cotação média dos produtores independentes permanece em R$ 3,14/kg. Para os integrados, o preço médio pago aos produtores ficou em R$ 2,89/kg, uma baixa de R$ 0,02. Por mais uma semana, o valor médio pago pela saca de milho no estado teve uma nova alta. Nesta semana, os preços ficaram em R$ 38,60 por saca.

Em Minas Gerais a bolsa de suínos optou pelo valor de referência em R$ 3,80/kg – estável em relação a última definição. Segundo informações da ASEMG (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais), houve uma reação para o mercado no final da semana anterior e suinocultores apostam em uma comercialização mais forte nos próximos dias.

Cerca de 64% das  vendas realizadas em no estado mineiro ocorreram em R$ 3,50/kg, 13% entre R$3,80/kg e R$3,60/kg. “Suinocultores optaram por reterem seus animais caso o valor fosse inferior a R$3,50 e os compradores foram obrigados a ceder e a maioria pagou o valor mínimo de R$3,50”, explica a associação.

Segundo o Cepea, muitas regiões estão procurando em ofertar animais para ser comercializado apenas dentro da referência, o que tem contribuído para o cenário positivo. Além disto, as exportações continuam em ritmo positivo e acelerado, com números superiores a janeiro.

Exportações

Dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) nesta semana apontam que, até a segunda semana do mês, foram embarcados 23,0 mil toneladas de carne suína in natura, com média diária de 2,9 mil toneladas. Em comparação com janeiro, a quantidade por dia registra um aumento de 46,8%, enquanto em relação ao mesmo período de 2015, o crescimento é de 135,2%.

A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) aponta que as exportações totais de carne suína – que inclui todos os produtos in natura e processados, entre cortes, miúdos, carcaça e outros - registraram acréscimo de 63% em janeiro, chegando a 47,1 mil toneladas. Dentre os principais destinos estão Rússia, Hong Kong e China.

“Além destes, em praticamente todos os mercados houve crescimento nas exportações como é o caso de Singapura, Argentina e Uruguai”, detalha o vice-presidente do setor de suínos na ABPA, Rui Eduardo Saldanha Vargas.

Leilões

Nesta semana, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizou mais dois leilões de estoques públicos de milho, para atender o setor de proteína animal. No total foram negociadas 76.436,625 mil toneladas, das 150 mil toneladas ofertadas, o equivalente a 50,96%.

Além deste, novos leilões estão programados para acontecer na próxima semana, no dia 23. A companhia deve ofertar 150 mil toneladas do cereal em duas operações, com valores iniciais de R$ 23,40 pela saca de 60 kg.

» Milho: Leilões da Conab negociam 50,96% do volume ofertado e tem preço máximo de R$ 35,10 a saca

» Leilão: Conab oferta mais 150 mil toneladas de milho na próxima terça-feira (23)

» Milho: Leilões da Conab terão preços iniciais de R$ 23,40 a saca

Peste suína clássica

Outra boa notícia para o setor foi a aceitação da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) ao pedido realizado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para o status de área livre de peste suína clássica. Foi concedido para 14 estados, entre Distrito Federal, Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Também estão nessa lista os municípios de Guajará, Boca do Acre, sul do município de Canutama e sudoeste do município de Lábrea, no Amazonas.

“Esta conquista é resultado de um grande esforço da defesa agropecuária e um reconhecimento da competência técnica brasileira”, comemora o secretário de Defesa Agropecuária do ministério, Luis Rangel.

» Confira na íntegra as cotações para o suíno vivo

Por: Sandy Quintans // André Lopes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Preços do frango congelado e resfriado registram alta de mais de 1%
Mercado de suínos fecha a semana com altas pontuais, mas a expectativa é de novos ganhos com demanda interna aquecida
Frango/Cepea: Competitividade frente à carne suína é a maior desde nov/20
Preços do frango congelado e resfriado registram alta superior a 6% na primeira quinzena de novembro
Preços dos suínos independentes mantêm estabilidade nesta semana, mas tendência é de alta com a chegada do final de ano
Suínos/Cepea: Carne suína ganha competitividade frente à bovina
undefined