Suíno Vivo: Mercado registra mais uma semana de baixas de preços
Nesta sexta-feira (05), as cotações para o suíno vivo encerram estáveis, após uma semana de baixas significativas nas principais praças de comercialização. Analistas apontam que o cenário a curto prazo é pessimista, com demanda enfraquecida neste início de ano e altos custos de produção. Por outro lado, as exportações vêm registrando resultados positivos.
O levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que houve decréscimo de preços em grande parte das regiões. A maior desvalorização ocorreu no Paraná, com recuo de 10,85% e negócios a R$ 3,37/kg. Em São Paulo, a baixa da semana foi significativa, de 10,35% e referência entre R$ 60 a R$ 62/@ – o equivalente a R$ 3,20 a R$ 3,30/kg.
Em Minas Gerais, o recuo para semana foi de 5%, embora a referência seja sugestão da ASEMG (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais). Na praça não houve consenso quanto aos valores praticados, em que frigoríficos alegam a dificuldade para repassar custos, enquanto suinocultores apostam em um mercado mais forte, já que cerca de 84% dos negócios ocorreram a R$ 3,80/kg na semana anterior.
Em Rio Grande do Sul, as cotações também registraram baixas significativas. A pesquisa semanal da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) apontou que o valor médio pago aos suinocultores é de R$ 3,18/kg, baixa de R$ 0,12. Os produtores integrados também tiveram uma baixa em relação a média passada, que passou para R$ 2,93/kg.
Já em Santa Catarina, a semana foi de preços estáveis, após o recuo de R$ 0,30 na referência anterior. Com isso, a praça segue com negócios a R$ 3,05/kg. Segundo o presidente da ACCS (Associação Catarinense dos Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, o desequilíbrio de preço aconteceu nas últimas semanas porque 90% dos produtores independentes vendiam suínos abaixo do peso. "Isso trazia uma oferta irreal para o mercado porque os suínos não estavam com peso normal de abate", explica.
Apenas no último mês, as cotações cederam 21,32% no estado catarinense, o que representa R$ 65 por animal comercializado. Já as cotações para a saca de milho subiram 17,11% no período.
O boletim do Cepea aponta que suinocultores têm tentado elevar o número de abates, devido ao aumento nos custos de produção, com as valorizações de farelo de soja e milho. A medida é uma tentativa de economizar na alimentação para manter as margens. “Nem mesmo o maior volume exportado de carne suína in natura em janeiro foi suficiente para estancar as quedas no mercado nacional”, apontam os pesquisadores.
Diante deste cenário, o analista de Safras & Mercado, Allan Maia, aponta que o cenário para o curto prazo é pessimista, embora o começo de mês deva contribuir para reduzir as quedas no preço da carne suína. “Preocupa e muito aos produtores a situação do mercado de milho. Os preços estão muito elevados, a oferta interna se mostra reduzida e não existem perspectivas de mudança neste quadro de forma imediata, o que vem impactando a rentabilidade do setor semana a semana. O suinocultor está trabalhando com margens negativas”, comenta.
Leilões
Na última segunda-feira (01), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizou dois leilões dos estoques públicos, para aliviar a escassez da oferta de milho no mercado interno. Segundo a agência de notícias Reuters, as médias ponderadas dos preços efetivados foram de R$ 22,12 e R$ 22,64 reais por saca de 60 kg.
Além destes, já foram programados mais dois leilões que devem acontecer em 16 de fevereiro. No primeiro, será ofertado 61.656,201 mil toneladas, enquanto a segunda operação terá volume de 88.343,799 mil toneladas de milho. Losivânio de Lorenzi aponta que as medidas são positivas para o setor e que, além disto, a entrada da nova safra deve melhorar o cenário ainda mais.
» Milho: Conab realiza mais dois leilões dos estoques no próximo dia 16 de fevereiro
Exportações
Já o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou dados atualizados de exportações para o mês de janeiro, que superou os resultados do mês passado e também em relação há um ano.
Em 20 dias úteis, foram embarcados 39,1mil toneladas, com média diária 2 mil toneladas. Em relação a janeiro do ano passado, o aumento é de 72,9%, enquanto que em relação a dezembro é de 14,5%. Em receita, as exportações chegam a US$ 70,8milhões, com a tonelada valendo US$ 1.807,6.