Suíno Vivo: Com demanda fraca, preços encerram mais uma semana em queda
Com a demanda retraída neste início do ano, a oferta de animais tem sido superior a necessidade do mercado, assim, os preços do suíno vivo vêm em queda desde a primeira semana de janeiro.
Somente nos últimos sete dias, as principais praças de comercialização apresentaram desvalorizações. No Rio Grande do Sul, a bolsa semanal definiu retração de R$ 0,23 no preço pago ao produtor independente. Assim, a cotação no estado ficou em R$ 3,30/kg.
Em São Paulo a queda foi maior. A APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos) apontou que a referência de preços para o estado que estava sendo negociada entre R$ 73 e R$ 75/@, passou para R$ 65 a R$ 69/@. A cotação equivale a R$ 3,47 e R$ 3,68 pelo quilo.
A exemplo dos outros estados, em Minas Gerais a referência de negócios passou de R$ 4,20/kg para R$ 4,00/kg, sendo a terceira semana consecutiva de baixa para a região.
Na praça catarinense, a situação não foi diferente. A bolsa de suínos da semana apontou uma queda de R$ 0,30 no quilo, assim a nova cotação recuou de R$ 3,35 para R$ 3,05 para ao produtor independente.
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Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), desde o inicio do mês os preços do suíno apresentaram forte queda de 15% no indicador.
"Assim, a carne suína também acumula fortes desvalorizações neste mês, o que pode estimular a demanda por esta proteína. No atacado da Grande São Paulo, as cotações da carcaça comum e da carcaça especial recuam cerca de 13% desde o encerramento de 2015", afirma o Centro em nota.
De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, os frigoríficos relataram grandes dificuldades na comercialização e no repasse de preços ao longo do mês e as perspectivas também se mostram pouco animadoras para fevereiro.
Exportações
Nesta segunda-feira, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou os resultados parciais de embarques até a terceira semana de janeiro. Em 15 dias úteis, foram embarcados 29,4 mil toneladas, com média diária de 2,0 toneladas.
Em comparação com a média diária de janeiro de 2015, há um crescimento de 73%, enquanto em relação ao mês passado, o aumento é de 14,5%. Em receita, os números apontam para US$ 53,4 milhões.
Leilão da Conab
Também nesta semana a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) definiu os preços para o leilão de milho que acontecerá na próxima segunda-feira (01). Em nota a Companhia reportou que nas duas primeiras operações serão vendidas 150 mil toneladas, com valores entre R$ 20,34 a R$ 25,20 a saca de 60 kg.
O cereal leiloado será destinado aos criadores de aves, suínos e bovinos, com objetivo de reduzir os custos com a alimentação animal a base do milho.
"O volume negociado na primeira operação será de 40.326.387 kg de milho em grãos, a granel e ensacado. O lote 1, em torno de 556,473 toneladas do grão com origem de Mato Grosso do Sul, terão preço inicial de R$ 23,10 a saca. Os demais lotes, de 2 a 10, negociarão 39.769,914 mil toneladas e terão como origem o Mato Grosso. A cotação inicial será de R$ 20,34 a saca de 60 kg", declarou em nota.
Mesmo com o anúncio, a ABCS (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos) cobrou junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) medidas emergenciais quanto a venda no balcão. Na ocasião o presidente, Marcelo Lopes, sugeriu o aumento do limite de compra do milho balcão.
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Balanço da produção 2015
De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a produção brasileira de carne suína registrou crescimento de 4,95% em 2015 na comparação com o ano anterior, totalizando 3,643 milhões de toneladas.
>> Produção brasileira de carne suína cresce 4,95% em 2015
Em cabeças, foram 41,3 milhões animais produzidos no ano, total 3,42% maior que o registrado em 2014. De acordo com os levantamentos da ABPA, o Estado de Santa Catarina foi o estado com maior produção no ano passado, com 900,46 mil toneladas produzidas, volume 5,44% superior ao ano anterior.