Frango Vivo: Semana encerra com baixa de preços em SP e GO
Nesta sexta-feira (15), as cotações para o frango vivo encerraram estáveis nas principais praças de comercialização, após uma semana de baixa de preços. O mercado tem enfrentado dificuldades com os aumentos nos custos de produção e a demanda enfraquecida – mesmo em o período de recebimento de salários e preços altos das proteínas concorrentes. Com isso, São Paulo e Goiás encerram a semana com baixa de referências.
De acordo com levantamento semanal realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a maior baixa aconteceu em Goiás. Por lá, as cotações cederam 5% e o vivo passou de R$ 3,00/kg para R$ 2,85/kg. Já na praça paulista, as baixas foram de 3,45%, e após ter chegado aos R$ 3,10/kg no mês de dezembro, passou a ser cotado a R$ 2,80/kg no fim desta primeira quinzena de janeiro. Veja no gráfico:
Na última semana, foram registradas diversas baixas de preços em Minas Gerais, de acordo com dados fornecidos pela Avimig (Associação dos Avicultores de Minas Gerais). Já na última segunda-feira (11), as cotações no estado tiveram recuperação de R$ 0,05 e o vivo passou a ser negociado a R$ 2,90 pelo quilo.
Segundo o boletim do Cepea, as baixas para o frango vivo são reflexos dos preços praticados para os pintainhos de corte e a redução da oferta de ovos para a incubação – pelo aumento nos custos de produção que desestimularam os avicultores. “Por outro lado, as cotações do frango vivo e da carne têm caído, pressionadas justamente pelo maior volume disponível nesses dois elos da cadeia. Nem mesmo o típico aumento da demanda em início de mês (salários) e os altos patamares de preços da carne bovina evitaram os recuos nas cotações do vivo e da carne”, apontam os pesquisadores.
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Custos de produção
Os custos de produção passaram a ser uma das maiores preocupações para o setor neste início de 2016. Com o volume recorde para as exportações de milho – favorecidos pela alta do dólar -, avicultores têm enfrentado diversas altas para o insumo. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da APA (Associação Paulista dos Avicultores), Érico Pozzer, aponta que em algumas regiões a saca é negociada em até R$ 45.
"Em função de uma safra de verão um pouco menor o mercado fica especulado, e com uma grande contribuição das exportações que estão pagando um preço bastante elevado", explica Pozzer. Com isso, em São Paulo, os custos de produção aos independentes estão girando em torno de R$ 2,60 a R$ 2,70 pelo quilo – com uma referência de negócios em R$ 2,80/kg.
A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) também aponta a preocupação com alta das duas últimas semanas para o cereal e já prevê aumento de preços para as carnes de aves, suínos e também para ovos. O presidente da divisão de aves da ABPA, Ricardo Santin, conversou com o Notícias Agrícolas, e apontou que estão tomando providencias junto ao governo.
A associação acredita que a importação de países do Mercosul - como Paraguai, Argentina e Uruguai - possa ser uma opção para que não traga maiores prejuízos ao setor e ao consumidor final. “A primeira safra é insuficiente para atender a demanda interna, ainda mais com a exportação aquecida. A escassez de produto disponível e o custo do transporte para trazê-lo do Centro-Oeste criam dificuldades até para manter os mesmo níveis de produção na avicultura e na suinocultura, que estão gradativamente sendo reduzidos”, aponta o presidente da ABPA, Francisco Turra.
» Assista a entrevista na íntegra com o presidente da APA, Érico Pozzer
» Assista a entrevista completa com Ricardo Santin, da ABPA
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Exportações
Na última segunda-feira (11), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) trouxe números parciais de embarques em janeiro para carne de frango in natura. Em cinco dias úteis foram exportados 66,4 mil toneladas, com média diária de 13,3 mil toneladas. Em receita, a soma é de US$ 91,0 milhões.