Frango: Renda apertada do brasileiro e câmbio devem favorecer avicultura em 2016

Publicado em 12/01/2016 09:03

Cepea, 12 – Entre os setores da pecuária acompanhados pelo Cepea, o de aves é o que vislumbra cenário mais positivo para 2016, pautado não apenas na demanda externa, mas também na interna. Além da possibilidade de preços ainda elevados da carne bovina, projeções de baixo crescimento da economia brasileira favorecem o consumo de proteínas mais baratas, como a carne de frango.

Segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os brasileiros podem demandar cerca de 9,6 milhões de toneladas de carne de frango, 260 mil toneladas a mais que o projetado para 2015, de 9,34 milhões de toneladas. A produção interna, por sua vez, deve aumentar em 500 mil toneladas, para 13,5 milhões de toneladas.

Líder mundial nas exportações de carne de frango, a avicultura brasileira deve manter suas apostas no mercado internacional. E a depender do câmbio, a tendência é que siga competitiva. Segundo o relatório Focus, do Banco Central, o dólar pode ter média acima de R$ 4,00 em 2016.

Estimativas do USDA apontam que as exportações brasileiras de carne de frango devem crescer 3,7% em 2016 ou o correspondente a 14 mil toneladas, em relação à quantidade estimada para 2015, atingindo 3,88 milhões de toneladas. Para a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), o incremento das vendas externas deve ser entre 3% e 5%, em linha com o aumento de produção esperado no País. Para 2015, a entidade estima que tenha sido exportado o recorde de 4,26 milhões de toneladas, 4% a mais que em 2014.

As maiores apostas do setor avícola para 2016, conforme divulgações da ABPA, são México e China, que habilitaram novos frigoríficos brasileiros a exportar carne de frango ao longo deste ano. Também há expectativa de abertura dos mercados de Taiwan e Camboja para o produto nacional.

Entre os principais concorrentes do Brasil, um aumento considerável de oferta de carne de frango deve ocorrer apenas nos Estados Unidos. Recuperados dos problemas com influenza aviária, os norte-americanos devem retomar as vendas externas com mais intensidade. A avicultura brasileira estará atenta também a novas configurações político-econômicas entre as nações, como é o caso do Tratado Transpacífico, acordo comercial firmado em outubro entre o Japão, Estados Unidos e mais 10 países, que deve facilitar as transações, inclusive de carne, entre eles.

CUSTOS – Continua como grande desafio do setor lidar com os custos elevados, especialmente aqueles relacionados à nutrição animal. Com a possibilidade de dólar alto frente ao Real, os preços do milho e do farelo de soja podem se manter elevados, além do que continuariam pesados os gastos com importação de outros itens. No Brasil, a maior parte da produção de frango é integrada e, nesses arranjos, os desembolsos com insumos que compõem a ração ficam a cargo das agroindústrias. Ao avicultor integrado, pesam principalmente gastos com energia elétrica e mão de obra.

Fonte: Cepea

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