Suíno Vivo: Após semanas de desvalorização, preços reagem e semana encerra positiva
Nesta sexta-feira (27), as cotações para o suíno vivo encerraram estáveis, após uma semana de valorização em algumas praças de comercialização. Apesar disto, os atuais patamares de preços estão bem abaixo aos do ano passado, segundo aponta o Cepea. Por outro lado, as exportações estão dando suporte ao mercado e deve ocorrer um aquecimento da demanda com a virada do mês.
Além dos preços estarem em patamares abaixo aos do ano passado, os custos de produção ainda tiveram alta considerável, reduzindo o poder de compra dos suinocultores. Apesar disto - segundo o analista do Cepea, Augusto Maia - os produtores ainda estão com remuneração.
De acordo com a Scot Consultoria, além dos preços mais baixos, a demanda no mercado interno está desaquecida, principalmente pela segunda quinzena de novembro. “O final do mês refletiu negativamente sobre as vendas, que estão fracas. Os compradores se abastecem somente com o necessário, a fim de não acumularem estoque’, aponta a consultoria.
Já o analista da Safras & Mercado, Allan Maia, aponta que apesar da procura mais acomodada por carne suína nesta semana, a expectativa dos frigoríficos é de que os estoques disponíveis possam ser absorvidos pelo mercado na virada de mês. “É possível que o repique de demanda volte a contribuir para a melhora do preço”, explica.
Preços
O levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que Mato Grosso foi a região com maior alta registrada na semana, de 3,06%, com referência a R$ 3,37/kg. No Paraná, a valorização foi de 2,40%, em que o vivo passa a valer R$ 4,26/kg na praça.
Em Rio Grande do Sul, os preços médios pagos aos suinocultores independentes teve alta de 0,58%, levando a referência da semana para R$ 3,89/kg. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul), Valdecir Folador, explica que as exportações deram suporte para a leve recuperação de preços. O presidente também acredita que os preparativos para as festas de final de ano devem dar mais fôlego ao mercado e resultar em novas altas.
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No estado de Santa Catarina, o cenário foi de estabilidade, em que a bolsa de suínos optou pela manutenção de preços em R$ 3,70/kg. O presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, explica que os custos de produção é umas das maiores preocupações para o momento, mas acredita que as altas registradas em algumas praças possam alavancar os preços no estado.
Em São Paulo, a bolsa de suínos manteve a arroba suína entre R$ 81 a R$ 83/@ - equivalente a R$ 4,32 e R$ 4,43/Kg. A APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos) divulgou compras em que Brotas (SP) com a comercialização de 120 suínos a R$ 82/@, enquanto em Itu (SP) foram 162 animais.
Em Minas Gerais, a referência apresentou uma baixa em relação ao preço praticado na última semana, que passou de R$ 4,50/kg para R$ 4,10/kg. Apesar da desvalorização, o resultado é positivo, visto que na última semana a referência era simbólica por uma falta de acordo entre suinocultores e frigoríficos. Informações da ASEMG (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais) aponta que grande parte dos negócios da última semana foram fechados a R$ 4,00/kg.
Exportações
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou números parciais de embarques de carne suína in natura - para até a 3ª semana de novembro -, que continuam registrando bom desempenho. A expectativa é que as vendas externas encerrem o mês com volume recorde.
Em volume, as exportações chegam a 44,7 mil toneladas, com média diária de 3,2 mil toneladas. O resultado é superior em 52,5 % a média de embarques de outubro, enquanto em comparação com dados de novembro do ano passado, a alta é de 74,1%. Em receita, a soma é de US$ 101,4 milhões.