Frango Vivo: Semana encerra com preços próximos da estabilidade; Exportações perdem força com greve de Fiscais Agropecuários
Nesta sexta-feira (02), os preços para o frango vivo ficaram estáveis nas principais regiões. Depois de diversas valorizações para a proteína, poucas praças apresentaram mudanças de preços na semana, com o período do mês de menor reposição. Apesar disto, analistas continuam apostando em reajustes positivos para esta primeira quinzena de outubro.
O levantamento semanal realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que apenas em Cascavel, no Paraná, houve reajustes de preços. Na praça, a cotação apresentou alta de 2,28%, com o vivo sendo negociado a R$ 2,24/kg. Veja no gráfico:
Dados do Cepea apontam que no acumulado do mês, os preços do vivo subiram 20%, puxados pelos volumes positivos de exportação e pela competitividade diante de proteínas concorrentes. Com estas valorizações, que foram registradas no início de setembro, São Paulo negocia a R$ 2,90/kg, enquanto Minas Gerais chegou aos R$ 3,10/kg.
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De acordo com o analista da Safras & Mercados, Fernando Henrique Iglesias, apesar destas altas registradas no mês, insumos importantes como milho e farelo de soja também tiveram valorização significativa. Com isso, a proteína necessita de novos reajustes para ajustar as margens dos avicultores. “Talvez eles possam acontecer, pelo menos enquanto esse forte avanço das cotações do milho e do farelo de soja não for sanado”, argumenta Iglesias.
Além disso, Iglesias também acredita em novas altas para a proteína pelo perfil do consumidor brasileiro. “Com a economia em recessão, a população está buscando alternativas para manter o padrão de consumo, substituindo a carne bovina pela de frango, que tem um valor bem mais acessível”, destaca o analista.
Custos de produção
Segundo o Cepea, as altas registradas para o milho estão ligadas à valorização do dólar frente ao real, que trouxe aumento de preços nos portos. Já o farelo de soja é uma “combinação de retração dos vendedores com demanda do setor nacional de ração e também de importadores”.
Informações da Embrapa Suínos e Aves também comprovam estas altas nos custos de produção, em que em agosto o ICPFrango/Embrapa atingiu o segundo maior patamar do ano. A alta foi de 0,69% em relação a julho deste ano, atingindo 179,21 pontos. Em comparação com agosto de 2014, esta alta é de 12,33%.
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Exportações
Ontem (01), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) trouxe números de embarques do mês de setembro para a carne de frango in natura. Em volume, as exportações chegam a 333,1 mil toneladas, com média diária de 15,9 mil toneladas. Os dados apresentam queda 3,4% aos embarques de agosto, enquanto em comparação com setembro de 2014 há uma alta de 5,3%.
Em receita, as exportações somam US$ 517,4 milhões, com média diária de US$ 24,6 milhões. Comparado com o mês anterior, há uma queda de 8,9%, enquanto em relação a setembro do ano passado, esta queda é de 14,5%. Já o valor por toneladas encerrou o mês a US$ 1.553,4.
De acordo com a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), este recuo nos embarques de carne de frango se deve a greve dos Fiscais Agropecuários, que teve início na terceira semana de setembro. “Vínhamos em ritmo crescente desde junho e provavelmente registraríamos novas elevações em setembro, se os embarques não tivessem sido prejudicados”, destaca o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra.
Por outro lado, a proteína acumula alta de 4,8% desde janeiro, segundo dados da entidade. “Apesar da diminuição dos embarques decorrentes da greve, a maioria dos mercados manteve os mesmos níveis de compras, o que sustenta as projeções da ABPA de um saldo positivo das exportações para 2015”, destaca Ricardo Santin, vice-presidente de aves da associação.
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