Suíno Vivo: Semana encerra com alta de preços em todas as regiões e números positivos de exportações
Nesta sexta-feira (18), os preços para o suíno vivo continuaram reagindo, desta vez em Santa Catarina. A bolsa de suínos do estado definiu nesta quinta-feira um novo valor de referência, que passou de R$ 3,70/kg para R$ 4,00/kg, uma alta de 8,11%. O aumento já era esperado para a região, visto que foram registrados negócios acima destes valores na última semana, segundo informações do presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi.
Nesta semana, todas as praças pesquisadas apresentaram altas significativas nas cotações, incluindo preços para suinocultores integrados. As altas são atribuídas a um movimento de recuperação de preços que vem acontecendo desde meados de agosto, pois estavam estagnados e trabalhavam com margens bem menores do que as registradas no mesmo período do ano passado. Segundo o analista de mercado de suínos, Fabiano Coser, a melhora nos números de exportações e também na demanda interna – sustentada pelos altos preços da arroba bovina –, proporcionaram correção nos valores pagos pelo quilo do vivo.
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Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, Mato Grosso foi a região com maior valorização da semana, com negócios a R$ 3,30/kg e variação de 15,38%. Santa Catarina também apresentou alta significativa, seguido por Rio Grande do Sul (7,45%) e Paraná (6,25%). Veja no gráfico abaixo:
Em São Paulo, a arroba suína teve reajuste positivo de 4,92%, com negócios entre R$ 84 e R$ 86/@, equivalente a 4,48/kg e 4,59/kg do vivo. Na última semana, a referência estava em R$ 79 e R$ 80/@. Para o presidente da APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos), Valdomiro Ferreira, apesar das diversas altas o momento ainda é de preocupação para o setor e o mercado passa por um momento de realinhamento de preços. “Se utilizarmos o preço de hoje contra o preço no início do ano, a perda nominal é de 5,98% e se acrescentarmos a taxa de juros do período de 8,10%, chegamos a uma perda de 14,08%. Se acrescentarmos no preço de hoje 14,08%, chegamos ao valor do suíno em R$ 5,20/Kg que representa R$ 97,53/@”, explica o presidente.
Além disto, a praça paulista registrou diversos negócios acima da referência já nesta semana e sinaliza que na próxima novas altas devem ser observadas. Em Holambra (SP), foram comercializados 1200 animais a R$ 88/@, enquanto em Jambeiro (SP) a venda foi de 200 suínos, também a R$ 88/@. Já em Monte Alegre do Sul (SP) foram 120 animais, ao valor de R$ 87/@.
IBGE
Nesta semana, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou números que demonstram a melhora na demanda pela carne suína no mercado interno. O levantamento de abates teve destaque para a carne suína, que registrou recorde desde 1997 com 9,70 milhões de cabeças.
Os dados representam aumento de 5,8% em relação ao 1º trimestre de 2015 e 5,7% frente ao 2º trimestre de 2014. A região Sul respondeu por 66,3% do abate nacional, seguida por Sudeste (19,3%), Centro-Oeste (13,2%), Nordeste (1,1%) e Norte (0,1%).
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Exportações
No início da semana, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou os números de exportações de carne suína in natura, referente a segunda quinzena do mês de setembro.
Em oito dias uteis foram embarcados 24,2 mil toneladas, com média diária de 3,0 mil toneladas. A média representa aumento de 50,7 % em relação a agosto deste ano e 85,0 %, em comparação com setembro de 2014. Em receita, as exportações somaram US$ 65,1 milhões.
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