Suíno Vivo: Semana encerra com alta de preços em diversas regiões e com negócios acima da referência em SP
Nesta sexta-feira (21), os preços para o suíno vivo encerraram estáveis, após sucessivas valorizações em diversas das principais praças de comercialização. Segundo informações do Cepea, as cotações reagiram devido a maior procura por animais de reposição, um reflexo do bom ritmo de exportações registrado nos últimos meses e da melhora na demanda no mercado interno.
No início da semana, a Bolsa de Comercialização de Suínos do Estado de São Paulo "Mezo Wolters optou pela manutenção da referência, entre R$ 66 e R$ 67/@ - equivalente a R$ 3,47 a R$ 3,52. Por outro lado, a o valor médio pago aos suinocultores independentes subiu para R$ 3,62 pelo quilo do vivo, uma valorização de 2,84%. Além disto, a APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos) divulgou informações de vendas acima da referência em Holambra - com a comercialização de 530 suínos a R$ 69/@ - e em Brotas - com a venda de 660 suínos a R$ 70/@.
No estado gaúcho, a pesquisa semanal realizada pela Acsurs (Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) demonstrou uma nova alta, de R$ 0,05. No estado, os produtores independentes estão recebendo uma média de R$ 3,19 por quilo. No Paraná, a alta foi de R$ 0,05, fechando a referência a R$ 3,17 pelo quilo.
Em Minas Gerais e Goiás as cotações também tiveram reajuste positivo, em que a bolsa de suínos definiu a referência para a semana em R$ 3,70 pelo quilo do vivo, após a reunião que aconteceu nesta segunda-feira (19). Com isso, a praça apresenta alta de 2,78 % em relação a última semana, incentivados pela melhora na comercialização e pela expectativa de demanda aquecida para os próximos dias.
Para o presidente da APCS, Valdomiro Ferreira, as exportações têm escoado a produção e ajudado na recuperação de preços em diversas regiões. Já o presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, informou que nos últimos dias houve uma procura maior por parte da indústria no estado, motivado pela preparação das festas de fim de ano e pela disparidade entre os cortes da carne suína e bovina.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, Valdomiro explica que atualmente há uma desvalorização de 23% da arroba suína ante a bovina, em comparação com agosto de 2014. Atualmente, a atual referência para a arroba suína vale 46,55% da arroba bovina, enquanto há um ano esta relação era de 69,60%.
Apesar do bom momento da semana, os preços nas principais regiões estão cerca de 25% abaixo aos valores praticados no mercado no mesmo período de 2014. Em São Paulo, onde houve a maior desvalorização, os preços chegam a 25,1 % em comparação com agosto do ano passado, quando a arroba suína estava sendo negociada a R$ 87. No Rio Grande do Sul, a redução em comparação a agosto de 2014 é de 24,23%, quando o suíno vivo valia RR$ 4,21/kg e atualmente está a R$ 3,19/kg.
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Custos de produção
Os custos de produção também tem sido fator de preocupação para os suinocultores, que com alta do dólar trouxe aumento em diversos insumos cotados na moeda americana. Em São Paulo, os suinocultores estão desembolsando em torno R$ 65/@, muito próximo do valor comercializado.
Já a Embrapa Suínos e Aves divulgou o ICPSuíno – índice de custos de produção - referente ao mês de julho, o maior observado neste ano. O índice, que ficou em 180,01 pontos, apresentou uma alta de 6,91% em relação ao ano passado. Em comparação a junho de 2015, a alta foi de 3,56%, com aumento nos gastos de nutrição e instalação.
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Exportações
Na última segunda-feira (17), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) trouxe os números de exportação de carne suína in natura, referentes as duas primeiras semanas de agosto, totalizando dez dias úteis. Em volumes os embarques chegaram 21,1 mil toneladas, com média diária de 2,1 mil toneladas. Em relação a semana anterior, houve um ligeiro recuo, quando a média estava em 2,7 mil toneladas. Em receita, o acumulado aponta para US$ 55,8 milhões, com média de US$ 5,6 milhões.