Na Folha: Pará proíbe entrada de aves vivas, e compra briga com Tocantins
Uma restrição imposta à entrada de aves vivas no Pará virou motivo de briga entre o Estado e o vizinho Tocantins.
A Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) publicou, em 27 de março, portaria proibindo o ingresso de aves vivas no Estado, "como medida de controle de trânsito e de interesse de saúde pública". Com a medida, só podem entrar no Estado animais que tiverem como destino frigoríficos com SIF (Selo de Inspeção Federal). Só existe um no Pará.
A decisão vale para frangos de qualquer Estado, mas o Tocantins, fornecedor de aves para o mercado informal do Pará, é o mais afetado.
"Não há justificativa para essa medida. O status sanitário do Tocantins é o mesmo do Pará e não houve nenhum episódio que pudesse mudar isso", disse Humberto Camelo, presidente da AdapecTO (Agência de Defesa Agropecuária do Estado). Ele afirma que o fim do ingresso de aves vivas no Pará causa prejuízos aos produtores do Tocantins, que fornecem animais para pequenos abatedouros e feirantes –comércio comum na região.
"Temos compromissos com abatedouros do Pará que não estamos conseguindo cumprir. Além disso, agora está sobrando frango no Estado, e os preços estão caindo", afirma Carlos Nobre, da Associação dos Avicultores do Norte do Tocantins. A discussão foi parar em Brasília. O governo do Tocantins levou a discussão para o Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa). Em reunião em meados do mês passado, o fórum deu razão ao Tocantins e recomendou que os dois Estados se reunissem para resolver a questão.
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