Modelo indica possível atuação do La Niña e seca em Santa Catarina pode ser intensificada
A falta de chuva que atinge todo o sul e a situação também é crítica no estado de Santa Catarina. Segundo o meteorologista Ronaldo Coutinho, o estado vem registrando chuvas abaixo do que era esperado há 10 meses e a tendência agora para os próximos meses é que a situação se agrave ainda mais, gerando ainda mais impactos negativos para as produções agrícolas.
Segundo o vice presidente da Faesc, Enori Barbieri, a produção de milho silagem caiu cerca de 40% no estado enquanto as demais áreas de milho perderam 10% na produtividade desta safra 2019/20. Já para a soja os números foram bastante similares aos do ano passado, enquanto a safra de feijão ficou até 60% menor. Veja a entrevista completa com o presidente aqui.
Outro impacto da falta de chuvas é a degradação dos pastos para o gado, que já reflete na queda da produção de leite, que já vinha perdendo produtores ao longo dos últimos anos. Com a falta de chuvas e aumento da possibilidade de geadas, o produtor que não usou tecnologias para tentar minimizar os impactos, pode ter resultados insatisfatórios e prejuízos nos caixas nos próximos meses.
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De acordo com Ronaldo Coutinho, a situação começou a ficar complicada no dia 1º de junho. "Como é uma seca prolongada, os grandes rios estão baixos e afetando toda a agricultura", afirma. Explica ainda que a falta de chuva acontece ainda pelas condições do hemisfério sul, que tem águas frias em áreas que normalmente não existe e isso é fator que está favorecendo as condições na região. "É bem parecido com o La Niña, não é o La Niña, mas os sintomas até aqui são muitos parecidos", afirma.
Ainda falando em La Niña, o meteorologista afirma que modelos como GFS já começam a apresentar que durante o inverno o sistema poderá atuar no estado, podendo manter os baixos volumes de chuva. Os modelos do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) não indica chuvas expressivas para Santa Catarina até, pelo menos, o dia 3 de maio. Ainda segundo o modelo, um sistema deve avançar pela região sul do Brasil entre o dia 1º e 2 de maio, mas conforme vem acontecendo desde o começo do ano, passando de maneira rápida e ainda sem registrar grandes volumes.
As previsões do Inmet para os próximos três meses também não indicam uma mudança expressiva no padrão.Segundo os modelos, as chuvas nestas regiões devem ter 100 milímetros a menos no período dos três meses. Vale lembrar que o produtor de milho safrinha no Paraná e Mato Grosso do Sul podem enfrentar problemas no desenvolvimento das lavouras.
Veja o mapa de anomalias previstas para os próximos três meses:
Veja a previsão de precipitação para todo o Sul do Brasil até dia 3 de maio:
Fonte: Inmet