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Furacão Irma atinge sul da Flórida e deixa ao menos 3 mortos nos EUA (na Folha)
O olho do furacão Irma atingiu as ilhas Keys, ao sul da Flórida, por volta das 7h10 da manhã deste domingo (10) no horário local (8h10 em Brasília), com ventos de até 215 km/h.
O furacão perdeu força neste domingo, tendo sido rebaixado duas vezes, da categoria 4 para 3, e depois de 3 para 2, numa escala que vai até 5, pelo Centro Nacional de Furacões dos EUA. Ao se aproximar da costa, os ventos ficaram mais fracos: agora chegam no máximo a 177 km/h.
Ao menos 30 pessoas já morreram devido à passagem do Irma, sendo três delas nos EUA e 27 em países do Caribe. O presidente americano, Donald Trump, anunciou neste domingo que irá visitar a Flórida "muito em breve", sem especificar uma data.
Às 14h no horário local (15h em Brasília), o furacão estava a 55 km da cidade da Naples, na costa oeste da Flórida. O furacão se move a uma velocidade média de 15 km/h.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
O olho do furacão tem cerca de 40 km de diâmetro e gera fortes ventos e chuvas num raio de 600 km. Com isso, todo o Estado da Flórida deverá ser afetado por tempestades. Há risco de alagamentos e de fortes danos às casas. O governo estadual informou que cerca de 2,5 milhões de pessoas estão sem energia elétrica. O conserto das redes de fiação deve levar semanas.
As três mortes nos EUA aconteceram em acidentes com pessoas que dirigiam em meio à tempestade na Flórida. Duas pessoas morreram em uma colisão frontal nos arredores de Tampa na manhã deste domingo. A terceira vítima era um motorista de uma caminhonete que transportava um gerador e perdeu o controle do veículo em Key West, uma das ilhas ao sul da Flórida.
Até sábado (9), a expectativa era de que o olho do furacão passasse pela costa leste do Estado, onde fica Miami. No entanto, houve uma mudança de rota e o fenômeno deve atingir mais fortemente a costa oeste.
Apesar de Miami não estar na rota direta do furacão, a cidade enfrenta fortes ventos e chuva. As ruas estão totalmente vazias. Há inundação e árvores caídas.
Na costa oeste, as cidades de Naples, Fort Myers e a baía de Tampa, densamente povoadas, podem ser atingidas por ondas de até 4,5 metros, capazes de cobrir uma casa.
Joaquin Sarmiento/AFP | ||
Caminhonete que transportava gerador em Monroe County; motorista morreu após o acidente |
Ao menos 6,3 milhões de moradores no Estado receberam ordem para deixar suas casas. As autoridades alertam para fortes ventos e ondas que podem superar 4,5 metros.
O Estado também deve ser atingido por pequenos tornados. Um deles foi registrado em Fort Lauderdale, que fica 50 km ao norte de Miami.
Veja abaixo imagens da enchente em Key West, ilha ao sul da Flórida.
A expectativa é que Irma passe pela Flórida ao longo deste domingo e de segunda. Em seguida, o fenômeno deve seguir para o estado da Geórgia.
Os aeroportos de Miami, Fort Lauderdale, Tampa e Orlando estão fechados. Na área de Orlando, os parques Walt Disney World, Universal Studios e Sea World também fecharam suas portas até segunda-feira (11).
As autoridades lembram que o maior risco para os moradores locais não é o vento, mas as fortes chuvas trazidas pelo Irma. "A tempestade tem maior potencial de matar mais pessoas e causar o maior volume de danos", disse Brock Long, chefe da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências.
O Irma, que motivou uma das maiores remoções de moradores da história dos EUA, deve causar prejuízos de bilhões de dólares na Flórida, o terceiro Estado mais populoso do país.
MORTES NO CARIBE
O furacão deixou ao menos 27 mortos no Caribe, em San Martin, Ilhas Virgens, Anguilla, Porto Rico e Barbuda. Neste domingo, foram confirmadas mais duas mortes em Saint Martin.
Em Cuba, atingida pelo Irma na sexta-feira (8) e sábado (9), houve fortes inundações no litoral, de Matanzas a Havana, com ondas de seis a nove metros, segundo o Instituto de Meteorologia do país.
A água do mar golpeou o Malecón, a avenida costeira de Havana, e avançou por 250 metros da cidade. Ao menos 1,5 milhão de pessoas foram retiradas de suas casas na ilha. Não há informações sobre mortes em Cuba.
EUA: furacão Irma pode causar estragos na agricultura da Flórida, maior produtor de laranjas do país
Há uma ameaça em jogo de que o furacão Irma possa causar estragos nas áreas agrícolas da Flórida. Seria um prejuízo de US$1,2 bilhão no estado que é o maior produtor de laranjas, tomates, pepino, abóbora e cana-de-açúcar dos Estados Unidos.
A Flórida também representa quase 10% das terras do país dedicadas à produção de vegetais frescos, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Com isso, o Irma provocou um impulso nos preços do suco de laranja e do açúcar doméstico nesta semana.
Para produtores como Andy McDonald, que planta morangos próximo a Plant City, Florida, é preciso se preparar para os danos. Os campos de McDonald estão prontos para receber a safra de inverno na próxima semana. Entretanto, se as chuvas e os ventos excessivos castigarem as área de cobertura que protege as terras durante o outono, "não teremos uma safra", diz, em entrevista ao FarmFutures.
"Não é algo do qual seja possível se recuperar rapidamente", acrescentou o produtor, que é gerente da Sweet Life Farms. A situação de McDonald, multiplicada por milhares de fazendeiros na Flórida, demonstra o quanto o Irma poderá "paralisar muitas comunidades".
O furacão mais caro da história
O Irma, que está "varrendo" o Caribe e ameaçando se tornar a tempestade mais cara da história dos Estados Unidos, poderia devastar a economia agrícola da Flórida. Os danos nas culturas podem afetar os preços dos alimentos e as finanças dos produtores norte-americanos nos próximos meses e anos.
Alguns mercados já estão mostrando alguma movimentação. Os futuros do suco de laranja estão operando em seus níveis mais altos desde maio, enquanto o contrato para o açúcar norte-americano subiu na quarta-feira para o maior nível desde julho. Se o Irma atingir também estados como a Georgia e as Carolinas, milho, soja, algodão e amendoim também poderão sofrer danos.
'Melhor do que outubro"
"Nunca é uma boa hora para um furacão, mas é melhor que seja agora do que em outubro ou novembro", disse Reggie Brown, vice-presidente da Florida Tomato Exchange e produtor na região de Immokalee.
Segundo Brown, as laranjas podem suportar melhor os ventos nessa época do que nos próximos meses, já que ainda não atingiram seu tamanho máximo e as frutas mais leves podem ser poupadas de serem carregadas pelos ventos.
Dean Mixon, presidente da Mixon Fruit Farms, disse que sua família levou dois anos para se recuperar do Furacão Donna em 1960, o último furacão que atingiu suas lavouras. Os ventos fortes e as chuvas intensas derrubaram árvores e destruiram o maquinário. O Donna estava entre as escalas de furacão 3-4, enquanto o Irma pode estar na escala 5, indicando uma maior força.
Para Joel Widenor, diretor de serviços agrícolas da Commodity Weather Group, o Irma poderia causar mais estragos na parte oriental da Flórida, caso atinja o estado, na qual também está localizado parte do cultivo de laranja. Entretanto, ele destaca que a área de risco pode ser inferior a 25% se a tempestade permanecer no mar - com mesmo cenário para frutas e vegetais.
Safras seguras
Quando a tempestade acabar, os agricultores podem, em parte, recorrer a seus próprios recursos para cobrir perdas. Uma lei federal de 2014 criou um programa de desastres para produtores de gado, mas este mecanismo também pode ser utilizado para a agricultura em geral.
A maior parte das áreas de laranja da Flórida possui seguro neste ano, de acordo com o Governo. Entretanto, apenas metade da área de tomate está segura, enquanto políticas para o morango não existem fora da Califórnia.
"Culturas pequenas não possuem área suficiente para serem asseguradas. E furacões, embora devastadores, são relativamente raros e imprevisíveis", disse John-Walt Boatright, porta-voz da Florida Farm Bureau Federation.
Furacão Irma comparado com o Furacão Andrew, que devastou a Flórida há 25 anos:
Cinturão da soja continua sem chuvas
O Irma que foi anteriormente previsto apenas por passar próximo a costa da Flórida, Geórgia e os estados das Carolinas, agora se mostra adentrando pelo centro da Flórida, podendo atingir o Tennessee. Além do mais, apenas com uma leve diminuição na intensidade de sua força de destruição, o fenômeno climático não tem aumentado qualquer chance de chuvas para o Cinturão Agrícola nos próximos dias, o qual segue com chuvas escassas por quase todo o mês de setembro.
Tradução: Izadora Pimenta