Frigoríficos pedem que trabalhador do setor seja priorizado em vacinação no Brasil

Publicado em 30/01/2021 08:53 e atualizado em 31/01/2021 17:16

SÃO PAULO (Reuters) - A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que representa empresas como a Minerva, solicitou a inclusão dos trabalhadores do setor na lista de grupos prioritários para vacinação imediata contra a Covid-19, disse a entidade em comunicado nesta sexta-feira.

A Abrafrigo disse ter feito a solicitação em cartas enviadas aos ministérios da Saúde e Agricultura. Nenhuma das pastas pôde responder de imediato a pedidos de comentários sobre o assunto.

"A maior vulnerabilidade da indústria de carnes, em face do trabalho intensivo, ambientes fechados e climatizados, exige a intercessão dos ministérios junto às secretariais estaduais de saúde para que procedam à imediata vacinação desta classe industrial", defendeu a associação.

A medida poderia beneficiar cerca de 2 milhões de pessoas diretamente empregadas por processadoras de carnes bovina, suína e de aves no Brasil, segundo estimativas da Abrafrigo.

As exportações de carne do Brasil geraram 17 bilhões de dólares em vendas no ano passado. De acordo com dados do governo, a carne é a segunda commodity agrícola de exportação mais importante do país --atrás somente da soja, com 28,5 bilhões de dólares em vendas em 2020.

A Abrafrigo disse ao governo que os trabalhadores de frigoríficos estão entre os "mais vulneráveis" ao novo coronavírus.

No ano passado, a crise sanitária afetou fortemente as unidades de processamento de carnes do Brasil, levando algumas delas a interromper produção enquanto os funcionários eram testados, o que gerou proibições para vendas à China, principal importadora da commodity.

Apesar das interrupções, a indústria de carnes continuou comercializando grandes volumes nos mercados doméstico e global, ajudando o país a seguir entre os maiores fornecedores de carnes do mundo.

Ministério da Saúde confirma contrato de compra adicional de 54 milhões de doses da CoronaVac

(Reuters) - O Ministério da Saúde confirmou na noite desta sexta-feira que vai exercer a opção de compra de mais 54 milhões de doses da vacina da CoronaVac contra a Covid-19 numa parceria com o Instituto Butantan.

"Junto aos 46 milhões de doses já adquiridas, o governo federal garante, com antecedência, 100 milhões de doses da coronavac ao Plano Nacional de Imunizações (PNI)", disse o ministério, em comunicado.

A pasta afirmou ainda que o contrato com o Butantan, ligado ao governo paulista, para a compra dessas doses será assinado na próxima semana.

"Além disso, a pasta está solicitando a antecipação do registro da vacina junto à Anvisa, para ampliar a vacinação para toda a população brasileira", destacou.

Mais cedo, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, havia informado que a assinatura de compra das doses ocorrerá na terça-feira.

O governo do Estado de São Paulo, ao qual o Butantan é vinculado, vinha pressionando o ministério a exercer a opção para o lote adicional da CoronaVac.

"Alguns minutos atrás, quando eu já estava aqui no púlpito, recebi uma comunicação da pessoa responsável pelo departamento de logística do Ministério da Saúde avisando que o contrato será assinado na terça-feira da próxima semana", disse Covas em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

O instituto importou 6 milhões de doses prontas da vacina e está recebendo matéria-prima para envasar mais 40 mihões de doses, o que totaliza o lote inicial já acertado com o Ministério da Saúde de 46 milhões de doses a serem entregues até abril.

Também presente na coletiva, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que o Butantan já entregou 8,6 milhões de doses da CoronaVac ao Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde. O envio mais recente foi feito nesta sexta e totalizou 1,8 milhão de doses. Na semana que vem, o Butantan receberá matéria-prima para o envase de mais 8,6 milhões de doses.

Pouco antes de Covas anunciar que foi informado pelo ministério que a opção pelo lote adicional será exercida, Doria havia dado prazo até a próxima sexta para que a pasta dissesse se queria ou não as novas doses. Caso contrário, disse ele, o Butantan as forneceria para Estados e municípios.

Em nota, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), presidente do Consorcio Nordeste e coordenador da temática de vacina no Fórum Nacional de Governadores, disse "agora é só acertar o cronograma com as compras, as datas de entrega mês a mês".

Além da CoronaVac, o Brasil conta até o momento com somente 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca desenvolvida em conjunto com a Universidade de Oxford para imunizar os brasileiros contra a Covid-19. Mas a previsão é que até o final do ano haja um total de 210 milhões de doses desse imunizante.

AstraZeneca apresenta 1º pedido de registro definitivo de vacina contra Covid-19 no Brasil

BRASÍLIA (Reuters) - A parceria da AstraZeneca com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apresentou nesta sexta-feira na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o primeiro pedido de registro definitivo de uma vacina no Brasil contra Covid-19, imunizante desenvolvido pelo laboratório britânico com a Universidade de Oxford, informaram os envolvidos em comunicados esta noite.

A Anvisa tem até 60 dias para analisar esse pedido, informou a agência, mas já sinalizou que pretende encurtar esse prazo de apreciação.

"Devido ao estágio das avaliações já realizadas, buscando superar os prazos legais estabelecidos, a Anvisa manterá total prioridade na análise para fins de concluir o processo no menor tempo possível", disse o órgão regulador, em comunicado.

Se aprovado o registro definitivo, a vacina contra Covid-19 da AstraZeneca --que foi inicialmente a principal aposta do governo Jair Bolsonaro para a imunização no país-- poderá ser usada em larga escala.

"Quando finalizado, o registro concedido pela Anvisa será o sinal verde para que a vacina seja comercializada, distribuída e utilizada pela população, nos termos da indicação estabelecida na bula. O registro definitivo é a avaliação completa com dados mais robustos dos estudos de qualidade, eficácia e segurança, bem como do plano de mitigação dos riscos e da adoção das medidas de monitoramento", informou a agência, no comunicado.

Até o momento, 2 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca foram autorizados pela Anvisa para uso emergencial no Brasil e já estão usados em grupos prioritários, como profissionais de saúde e idosos, sob determinadas circunstâncias.

A agência também já autorizou o uso emergencial de 10,6 milhões de doses da CoronaVac, vacina da chinesa Sinovac, fruto de uma parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, e que foi adotada no plano nacional de imunização. Ainda não houve um pedido de registro definitivo da CoronaVac.

MILHÕES DE DOSES

A expectativa é que o aval da Anvisa acelere a produção e vacinação no país com a vacina da AstraZeneca, que será produzida pela Fiocruz.

Em comunicado, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, comemorou a apresentação do pedido.

"Este é mais um passo fundamental no enfrentamento à pandemia e dará à população brasileira um amplo acesso à vacina, que será distribuída pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde”, disse.

Segundo a fundação, com o início da produção, a partir da chegada do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), será possível escalonar as entregas para atingir a marca de 50 milhões de doses até abril e 100,4 milhões de doses até julho de 2021.

A previsão da Fiocruz é que, no segundo semestre de ano, não será mais necessária a importação do IFA, que passará a ser produzido também na Fiocruz, após a conclusão da transferência de tecnologia.

"De agosto a dezembro serão mais 110 milhões de doses de vacinas produzidas inteiramente na instituição, garantindo autonomia para o país e continuidade da vacinação para toda a população brasileira", concluiu.

A Fiocruz explicou que o pedido de registro definitivo é resultado de um processo iniciado em julho de 2020, com a apresentação e troca de informações com a Anvisa.

“Essa submissão é diferente da autorização para uso emergencial que obtivemos recentemente. O uso emergencial foi concedido especificamente para os 2 milhões de doses que foram adquiridos e importados do Instituto Serum, na Índia, em caráter emergencial e temporário. Agora, com a entrega desse último pacote de informações, visamos a autorização definitiva para a produção e fornecimento da vacina", informou a vice-diretora de Qualidade de do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Rosane Cuber.

CNA pede inclusão de produtores rurais aos grupos prioritários de vacinação contra Covid

SÃO PAULO (Reuters) - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) enviou nesta sexta-feira um ofício ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, solicitando a inclusão dos produtores rurais e demais envolvidos na cadeia de fabricação de alimentos entre os grupos prioritários de imunização contra o coronavírus, disse a entidade em nota.

O pedido é para que eles sejam incluídos no Programa Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, do governo federal, com o intuito de garantir o abastecimento de produtos agropecuários à população.

"A produção agropecuária não parou. Os produtores rurais adotaram as medidas preventivas à Covid-19 e continuaram trabalhando, enfrentando dificuldades logísticas e mercadológicas em um primeiro momento", disse o presidente da CNA, João Martins, no comunicado.

Segundo ele, a imunização dos produtores rurais proporcionará garantia de abastecimento e maior tranquilidade às populações urbanas, o que contribuiria para os esforços do governo em restabelecer a economia, com a redução do tempo ativo da pandemia.

"Queremos garantir que os produtores rurais se mantenham produzindo e continuem contribuindo efetivamente para o equilíbrio econômico e social do país, proporcionando segurança alimentar, gerando empregos e garantindo saldo positivo à nossa balança comercial", disse Martins.

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Fonte: Reuters

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