Cooperativas do Paraná suspendem processamento de carnes por protestos de caminhoneiros

Publicado em 23/05/2018 12:09

SÃO PAULO (Reuters) - Cooperativas agropecuárias do Paraná anunciaram nesta quarta-feira que suspenderão os abates de suínos, aves e peixes em razão da falta de matérias-primas para suas unidades frigoríficas, uma vez que os protestos dos caminhoneiros avançam pelo terceiro dia consecutivo, prejudicando o transporte de produtos.

De acordo com a Ocepar, que representa essas associações, ao menos quatro cooperativas já comunicaram que vão interromper as atividades: C. Vale, Frimesa Cooperativa Central, Lar e Copagril.

O anúncio desta quarta-feira se segue ao da Aurora, terceira maior produtora de carnes de aves e suínos do Brasil, que na véspera informou a suspensão das operações em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, com perda potencial de 50 milhões de reais.

Com sede em Palotina, no oeste paranaense, a C.Vale deixará de processar carnes de frango e peixe --por dia, a cooperativa abate 530 mil frangos e 50 mil tilápias.

"A medida foi tomada em função das dificuldades para armazenagem e transporte de carnes... A retomada das atividades ocorrerá assim que as rodovias forem liberadas. Para isso, a direção da C.Vale espera que governo federal e representantes dos caminhoneiros cheguem a um acordo o mais brevemente possível...", afirmou o presidente da C.Vale, Alfredo Lang, segundo nota da Ocepar.

Uma reunião entre representantes do movimento grevista e do governo está prevista para esta quarta-feira.

Já a Frimesa alertou que suspendeu o processamento de suínos nos frigoríficos de Medianeira e Marechal Cândido Rondon, enquanto a Copagril interromperá a partir de quinta-feira os trabalhos na unidade de Marechal Cândido Rondon.

Por fim, a Lar, com sede em Medianeira, parou o abate de 615 mil aves e a industrialização de outras 80 toneladas de produtos.

"A suspensão da operação de abate e industrialização tornou-se inevitável em razão dos efeitos do movimento grevista que impossibilita a passagem de caminhões com insumos necessários para abastecer as indústrias, aves vivas para o abate, expedição dos estoques para atender clientes e mercados a nível regional e nacional...", afirmou o presidente da cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues, segundo a Ocepar.

(Por José Roberto Gomes)

Tags:

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Abertura de mercado no Chile para vísceras comestíveis
Cargill suspende produção em unidade de carne no Kansas após desabamento parcial do telhado
Setor de proteína animal se pronuncia sobre a respeito da Medida Provisória do PIS/Cofins
IBGE: Abate de bovinos atinge recorde na série histórica; frangos e suínos têm queda
JBS diz que China bloqueou carne bovina de fábrica nos EUA após detecção de aditivo