Tentativas de compra abaixo da referência se intensificam no mercado de carnes
Tentativas de compra abaixo da referência são comuns no mercado do boi gordo
Por Scot Consultoria
O cenário predominante ainda é de pressão de baixa para o mercado do boi gordo. Tentativas de compra abaixo da referência são comuns na maioria das regiões pesquisadas.
Das trinta e duas praças pesquisadas na Scot Consultoria, houve queda em nove para o mercado do boi gordo.
A boa oferta de animais terminados colabora para este cenário.
Em São Paulo, as escalas de abate giram em torno de quatro a cinco dias. Entretanto, existem indústrias com programações mais apertadas e não se vê ânimo em intensificar as compras, frente à demanda lenta.
No estado, a arroba do macho terminado está cotada em R$ 128,00, à vista, livre de Funrural, queda de 3,0% desde o início do mês.
No mercado atacadista de carne com osso, o boi casado de animais castrados está cotado em R$ 9,07/kg, estabilidade frente ao último fechamento. Para os próximos dias não estão descartadas quedas nos preços.
A margem de comercialização do frigorífico que não faz a desossa está em 28,2%.
Suíno: Quedas acentuadas no animal vivo prejudicam margem dos produtores
Por Larissa Albuquerque
Os produtores de suínos têm enfrentado um cenário difícil nos últimos meses e as projeções futuras também não são animadoras. Embora os custos de produção tenham caído significativamente se comparado ao ano passado, o preço do animal vivo superou a queda e já deixa muitos suinocultores trabalhando no vermelho.
Em São Paulo, por exemplo, o levantamento de preço da APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos), mostrou que em um mês a arroba suína caiu mais de 12%, sendo pouco mais de 3% somente nesta semana. Em Santa Catarina, estado referência na produção de suínos, os produtores estão amargando prejuízo de R$ 20 a R$ 30 por animal comercializado.
"Era um momento de recuperar as perdas do ano passado em função dos preços altos do milho. Mas, o que vemos são as cotações do animal vivo caindo forte e trazendo novamente prejuízo ao setor", afirma o presidente da ACCS (Associação Catarinense dos Criadores de Suínos), Losivanio Luís de Lorenzi. No estado os produtores não estão conseguindo vender por mais de R$ 3,10/kg, ao passo que os custos giram em torno de R$ 3,40/kg.
Muito embora os dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) mostrem um avanço de quase 30% na receita com as exportações de carne suína no acumulado do ano, a verdade é que os volumes não acompanham a mesma tendência e fazem sobrar ainda mais carne no mercado interno. Em volumes embarcados, os exportadores de carne suína acumulam retração de 4,4% entre janeiro e maio. No total, foram exportadas 279,1 mil toneladas – contra 291,9 mil toneladas em 2016.
Com excesso de produção em um mercado interno que já patina desde o ano passado, o resultado não poderia ser outro, queda nos preços aos produtores. Agora, entramos na segunda quinzena do mês de junho e novas baixas não estão descartadas. “Os frigoríficos devem seguir adotando a estratégia de não formar um grande volume de estoque durante os próximos dias”, sinaliza o analista, Allan Maia da Safras & Mercado.
Frango vivo: Exportação cai além da produção e não dá fôlego aos preços
Por Larissa Albuquerque
Os preços do frango vivo não tem conseguido reagir nas últimas semana. Passada a primeira quinzena do mês, período de maior apelação ao consumo, as principais praças não registraram nenhuma movimentação positiva. E, mesmo que "os preços não chegaram a apresentar alterações, a situação segue preocupante, uma vez que os preços da carne bovina e suína voltaram a cair, tornando as proteínas concorrentes ainda mais competitivas no mercado interno”, explica o analista, Fernando Iglesias, da Safra & Mercado.
Muito embora os dados da Apinco venham mostrando consecutivas reduções na produção, a queda nas exportações supera o alojamento de pintos e não faz nenhum efeito positivo para os preços do mercado interno. Segundo a entidade, em maio, a produção brasileira de carne de frango girou em torno de 1,1 milhão de toneladas, recuando mais de 6% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a exportações recuaram 13,8% frente maio/16, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Com o fraco desempenho das vendas internas e externas na primeira metade de junho, é possível que os preços fiquem ainda mais pressionados nesta segunda quinzena do mês.
Em Minas Gerais a referência é de R$ 2,20/kg. No Paraná o produtor comercializa o animal vivo em média, por R$ 2,05. Já em São Paulo, a cotação está em R$ 2,50/kg.