Carnes: Preços aos produtores caem forte e muitos trabalham no vermelho
Baixa movimentação pós feriado no mercado do boi gordo
Por Scot Consultoria
Mercado do boi gordo parado.
Devido ao feriado da semana passada (15/6) muitos pecuaristas saíram do mercado e isso explica a baixa movimentação nas negociações.
De maneira geral esta semana foi de menor pressão por partes das indústrias sobre as cotações.
Oferta e demanda começam a se alinhar e as cotações aos poucos refletem maior equilíbrio.
Em São Paulo, a arroba do animal terminado se mantém em R$ 128,50, à vista, livre de Funrural.
Ainda existem ofertas de até R$ 2,50/@ a menos, nas mesmas condições. Porém, em alguns casos, há também quem pague acima da referência.
O mercado atacadista de carne bovina com osso fechou mais uma semana em estabilidade. A última alteração ocorreu exatamente há um mês (16/5).
O boi casado de animais castrados está cotado em R$ 9,07/kg. Com isso, as margens das indústrias seguem em patamares historicamente elevados.
Suíno vivo: Queda nos preços faz produtores trabalharem no vermelho
Por Larissa Albuquerque
Refletindo o fraco ritmo das vendas internas e externas, os preços dos cortes suínos estão em queda, que por sua vez, acabaram pressionando os valores do suíno vivo pagos ao produtor.
Segundo levantamento de preço realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, nesta semana houve queda em seis das oito praças pesquisadas. Percentualmente a maior queda ocorreu no Mato Grosso, onde a cotação recuou 6,19%, ficando a R$ 3,18/kg. Em seguida vem Santa Catarina com perda de 8,11% do valor e deixando o suíno vivo cotado a R$ R$ 3,40/kg. (Confira o gráfico).
Já no atacado, a carcaça especial recuou 3,2% em uma semana, sendo cotada a R$ 5,86/kg na Grande São Paulo, apurou pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
No Paraná, os produtores sentem dificuldade em escoar a produção. Com consumo interno lento, os frigoríficos reduziram os abates, afetando principalmente, os independentes.
Em entrevista a rede RPC, o suinocultor independente, Jorge Rambo, conta que está com mais de 1.200 suínos acima do peso ideal, que há três semanas deveriam ter sido comercializados.
O excesso de peso além de aumentar a oferta de carne, também encarece o custo de produção. Segundo Rambo, hoje ele comercializa o suíno a R$ 3,10/kg, enquanto os custos chegam a R$ 3,35/kg.
Em Santa Catarina o cenário é parecido. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da ACCS (Associação Catarinense dos Criadores de Suínos), Lozivanio Luís de Lorenzi, conta que os produtores estão amargando prejuízo de R$ 20 a R$ 30 na comercialização dos animais.
"Sabemos que os produtores não estão conseguindo vender por mais de R$ 3,10/kg, ao passo que os custos giram em torno de R$ 3,40/kg", ressalta Lorenzi.
Frango vivo: Baixa liquidez pressiona cotações na primeira quinzena do mês
Por Larissa Albuquerque
A desvalorização da carne e a baixa liquidez têm pressionado os preços reais do frango vivo. Na parcial de junho, a média do animal vivo negociado no estado de São Paulo é de R$ 2,43/kg, a menor desde abril de 2013, apontou levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Para o Centro, "recuo das exportações na parcial deste mês e as quedas nos valores das principais concorrentes (bovina e suína) contribuíram para o aumento da oferta de carne de frango, o que pressionou as cotações", explica.
Nessa semana, os preços se mantiveram estáveis, porém a expectativa era de que a demanda de primeira quinzena do mês, poderia alavancar as cotações do vivo.
O levantamento de preços realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, apontou estabilidade em todas as praças pesquisadas. Em Minas Gerais a referência é de R$ 2,20/kg. No Paraná o produtor comercializa o animal vivo em média, por R$ 2,05. Já em São Paulo, a cotação está em R$ 2,50/kg.
No atacado, os preços da carne de frango (em termos reais) atingiram o menor patamar da série histórica, iniciada em 2004. "O preço médio do frango inteiro resfriado na parcial deste mês (até o dia 14), de R$ 3,54/kg, é o menor desde junho de 2011, quando era de R$ 3,52/kg (deflacionado pelo IPCA de maio/17)", diz o Cepea.
Exportações
As exportações de carne de frango 'in natura', na parcial de junho - sete dias úteis - estão abaixo do mesmo período do mês passado e, também, do ano passado.
Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, no período foram embarcados 82,1 mil toneladas, sendo a média diária de 11,7 mil/t. Esse resultado representa queda de 19,1% frente a maio e, 33% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em receita as exportações totalizaram US$ 137,5, sendo 18% abaixo do mês anterior e, 28,6% menor que em 2016. Já o preço médio subiu 1,3 em relação a maio, ficando em US$ 1.674,3.
Abates
Os dados de abate divulgados nesta quarta (14), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontou que no 1º trimestre de 2017, o abate de frangos (1,48 bilhão de cabeças) foi 5,1% acima do registrado no 4º trimestre de 2016. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, houve aumento de 0,3%.
O Paraná continua liderando amplamente o abate de frangos, com 31,1% da participação nacional, seguido por Santa Catarina (14,7%) e Rio Grande do Sul (14,1%).