Carnes: Queda acentuada dos preços da carne bovina e da carne suína

Publicado em 15/06/2017 10:59

Margem de comercialização dos frigoríficos está em patamar elevado

Por Scot Consultoria

Em algumas regiões o cenário ainda é de pressão de baixa para o mercado do boi gordo. O aumento de oferta e o consequente alongamento das escalas são fatores que colaboram para isto.

Entretanto, este cenário não é comum em algumas regiões. O frigorífico JBS segue pagando preços acima da referência, colaborando para maior firmeza nas cotações. Esse cenário é observado principalmente em Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Em São Paulo, a arroba do macho terminado ficou cotada em R$ 128,50/@, à vista, livre de Funrural, estabilidade frente ao último fechamento. No estado, as tentativas de compra chegam a R$ 127,00/@ e as escalas de abate giram em torno de seis dias.

No mercado atacadista de carne bovina com osso os preços estão estáveis. O boi casado de animais castrados está cotado em R$ 9,07/kg. 

Já para a carne sem osso os preços caíram 1,2% em média, em relação à semana anterior. Mesmo com as últimas quedas, a margem de comercialização dos frigoríficos que fazem a desossa, está em patamar historicamente elevado.

Suíno vivo: Oferta excedente derruba o preço na integração

Por Larissa Albuquerque

Os preços do suíno não corresponderam a melhora esperada da demanda no início deste mês. Segundo o analista de Safras & Mercado, Allan Maia, a maior concorrência entre as proteínas animais, sobretudo com a queda nos preços da carne bovina, vêm dificultando a melhora na demanda, mesmo em um período do mês considerado mais forte para o consumo.

No Paraná, os produtores sentem dificuldade em escoar a produção. Com consumo interno lento, os frigoríficos reduziram os abates, afetando principalmente, os independentes.

Em entrevista a rede RPC, o suinocultor independente, Jorge Rambo, conta que está com mais de 1.200 suínos acima do peso ideal, que há três semanas deveriam ter sido comercializados.

O excesso de peso além de aumentar a oferta de carne, também encarece o custo de produção. Segundo Rambo, hoje ele comercializa o suíno a R$ 3,10/kg, enquanto os custos chegam a R$ 3,35/kg.

Integração

A queda nos preços do animal vivo também é observada na integração. Segundo informou o presidente da Aurora, em conversa com jornalistas, a agroindústria pretende anunciar queda superior a R$ 0,10 no valor pago pelo quilo do suíno vivo ao produtor integrado, nos próximos dias.

"Acontece que estamos com excesso de oferta no mercado, e não conseguimos competir", diz o presidente da Aurora, Mário Lanznaster.

Abates

O abate de suínos no 1º trimestre de 2017 (10,46 milhões de cabeças) teve queda de 3,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior, mas aumento de 2,6% na comparação com o mesmo período de 2016. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado nesta quarta (14).

Santa Catarina continua liderando o abate de suínos, com 26,8% da participação nacional, seguido por Paraná (20,8%) e Rio Grande do Sul (19,3%).

Competitividade com carne bovina limita recuperação do frango vivo

Por Larissa Albuquerque

A queda acentuada dos preços da carne bovina e da carne suína, encurtou a relação de preço entre as proteínas e acabou frustrando a expectativa de uma recuperação dos preços do frango.

Minas Gerais a cotação está em R$ 2,20/kg. No Rio Grande do Sul, a média dos preços ficou em R$ 2,15/kg. E em São Paulo, os negócios ocorrem por R$ 2,50/kg a mais de sessenta dias.

No atacado, porém, algumas regiões chegaram a registrar maior movimentação, em função da primeira quinzena do mês. Mas, essas melhoras pontuais, ainda não refletiram no preço ao produtor.

Abates

Os dados de abate divulgados nesta quarta (14), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontou que no 1º trimestre de 2017, o abate de frangos (1,48 bilhão de cabeças) foi 5,1% acima do registrado no 4º trimestre de 2016. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, houve aumento de 0,3%.

O Paraná continua liderando amplamente o abate de frangos, com 31,1% da participação nacional, seguido por Santa Catarina (14,7%) e Rio Grande do Sul (14,1%).

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Fonte: Notícias Agrícolas + Scot

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