Viés de baixa tomou conta do mercado de carnes nos últimos dias
Escala longa e escoamento em baixa mantêm viés baixista no mercado do boi gordo
Por Scot Consultoria
O mercado do boi gordo ainda sofre os reflexos dos acontecimentos da semana anterior.
A resistência dos pecuaristas em entregar os animais terminados para a JBS deu às outras indústrias a oportunidade de alongar as programações de abate, mesmo ofertando preços menores.
Desde a divulgação da delação da diretoria da JBS, na quarta-feira passada (17/5), os preços cederam 3,3% em oito dias, considerando a referência em Araçatuba-SP. O cenário de baixa foi registrado na maioria das regiões pesquisadas pela Scot Consultoria.
Vale ressaltar que o momento, segunda quinzena do mês, já impõe uma pressão de baixa no mercado, devido à menor demanda. Entretanto, é evidente o impacto que estes acontecimentos causaram no mercado do boi gordo.
Nessa sexta-feira, o volume de negócios reduzido reflete a menor necessidade das empresas em adquirir matéria-pima. Com as escalas de abate alongadas e o lento escoamento da produção, não há razão para intensificar as compras.
A desova de final da safra é mais um fator baixista no mercado, mas a entrada do próximo mês pode trazer uma melhora na demanda e limitar as desvalorizações no mercado do boi gordo.
Suíno vivo: Preço cai em todas regiões nesta semana
Por Larissa Albuquerque
As cotações do suíno vivo tiveram uma semana de baixa. A última bolsa a definir a referência, Minas Gerais, recuou R$ 0,10 terminando cotado a R$ 4,20/kg, no mercado independente.
Na visão do presidente da ACCS (Associação Catarinense dos Criadores de Suínos), Lozivanio Luis de Lorenzi, o período de final de mês, aliado o sentimento de incerteza que tomou conta do país na última semana, colaboraram com o cenário baixista. “O prejuízo para o setor é grande, principalmente para os independentes, que já tiveram de arcar com os altos custos de produção no ano passado."
O levantamento de preço realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, queda em seis das oito praças pesquisadas. O maior recuo ocorreu no Mato Grosso, que perdeu R$ 0,17 terminando cotado a R$ 3,33/kg. (Confira o gráfico).
No atacado os preços da carne suína estão em alta no atacado. As temperaturas mais amenas elevaram a procura pela proteína, e alguns cortes chegaram à valorização 30% no mês.
Mas, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), "essa intensidade, porém, não tem sido observada para os preços da carcaça e do animal vivo."
Integração
Na semana passada as empresas Aurora, BRF e Pamplona diminuíram em R$ 0,10 a remuneração paga pelo quilo do suíno vivo ao produtor integrado em Santa Catarina. Nesta segunda-feira foi a vez da JBS reajustar o valor. “Até onde vamos manter as empresas lucrativas com o nosso suor? Até quando vamos ter uma suinocultura que não é sustentável? Pedimos, mais uma vez, que os produtores mantenham a estabilidade do plantel e cresça apenas com garantia”, questiona Lorenzi.
Exportações
As exportações de carne suína 'in natura' até a terceira semana de maio (14 dias úteis) apresentaram forte recuo em relação ao mês e ano anterior.
No acumulado do período foram embarcados 28 mil toneladas, com média diária de 2,0 mil/t. Esse resultado representa recuo de 19,2% frente ao mesmo período do mês passado. Já em relação maio/16, as exportações caíram 24%.
Em receita, as vendas externas somaram US$ 76,0 milhões, com preço médio em US$ 2.714,2 a tonelada.
Frango vivo: Demanda interna fraca pressiona cotações
Por Larissa Albuquerque
Os preços do frango vivo no mercado brasileiro não conseguiram reagir nesta semana.
"Para essa segunda metade de maio já era esperado uma queda nas cotações, até mesmo pelo fato da oferta de carne bovina estar crescendo no mercado interno, ampliando a concorrência com a carne de frango", destaca o analista, Fernando Iglesias, da Safras & Mercado.
Segundo pesquisadores do Cepea, a demanda interna enfraquecida não tem conseguido absorver a atual oferta da proteína.
O levantamento de preço realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, apontou estabilidade nos preços. Em Santa Catarina, a cotação permanece em R$ 2,30/kg. Já em São Paulo a média dos negócios está em R$ 2,50/kg, enquanto no Rio Grande do Sul o preço do animal vivo é de R$ 2,30/kg.
Além disso, da demanda interna fraca, o ritmo relativamente lento das exportações brasileiras da carne nas últimas semanas eleva a disponibilidade doméstica do produto.
Exportações
As exportações de carne de frango 'in natura' até a terceira semana de maio (14 dias úteis) apresentaram queda em relação ao mês e ano anterior.
No acumulado do período foram embarcados 206,1 mil toneladas, com média diária de 14,7 mil/t. Esse resultado representa queda de 9,7% frente ao mesmo período de mês anterior. Já em relação maio/16, as exportações caíram 12,5%.
Em receita, as vendas externas somaram US$ 344,4 milhões, com preço médio avançando 0,7% a US$ 1.670,8 a tonelada.