Volta do ICMS eleva preço da carne em até 8% em São Paulo, aponta IPC-Fipe
Os dados da pesquisa de Índice de Preços ao Consumidor (IPC - Fipe) - que meda a inflação em São Paulo -, apontou que em abril, o preço médio das carnes bovinas na cidade de São Paulo subiu 3,83% e alguns cortes de segunda registram altas de até 8%.
As valorizações das carnes superarou o índice de abril, que fechou em 0,61%. No mês anterior, o avanço dos preços no varejo de São Paulo foi de apenas 0,05%.
Como parte das medidas de revisão dos incentivos fiscais no Estado de São Paulo, o Governo Estadual revogou a isenção de ICMS ao setor de carnes. A medida entrou em vigor em 1º de abril, voltando a taxar produtos isentos por oito anos.
A época o vice-presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Eduardo Kawakami, afirmou que a medida poderá encarecer de 6% a 7% o preço das carnes ao consumidor final.
A nova regra estipula alíquota de 11% de ICMS nas carnes (bovina, suína, de frango, dentre outras) às vendas ao consumidor final. E também, 7% aos frigoríficos, mas nesse caso, o mesmo decreto estabelece crédito de 7% na compra de animais, reduzindo a zero os impactos sobre as agroindústrias.
Na visão da consultoria, Lygia Pimentel, da Agrifatto, o retorno da alíquota em São Paulo traz conseqüência a toda cadeia pecuária. "O ICMS representa perda no poder de compra do consumidor em relação à carne", diz.
A recuperação econômica, ainda que a passos lentos, deveria melhorar o desempenho das vendas de carne no mercado interno. Mas, "a tributação acaba tirando parte da capacidade de consumo recuperada nos últimos meses", acrescenta Pimentel.
São Paulo é o principal estado consumidor, mas há um déficit entre produção e demanda, que obriga a compra de animais de fora. Por isso, o aumento de preço no varejo paulista traz preocupação a toda pecuária nacional.