Cenário é de pouca movimentação e viés de baixa no mercado de carnes

Publicado em 28/03/2017 08:00

Ainda é baixa a movimentação no mercado do boi gordo

Por Scot Consultoria

Os negócios ainda acontecem de forma lenta no mercado do boi gordo. 

De maneira geral os frígoricos ainda estão fora das compras, aguardando um cenário mais claro, principalmente quanto às exportações, após a operação “Carne Fraca”. 

Já aqueles que voltaram às compras, negociam de maneira comedida, mantendo as escalas curtas e os estoques enxutos. Além disso, alguns frigoríficos estão pulando dias de abate.

Tentativas de compra abaixo da referência são comuns em todo o país.

Em São Paulo, algumas indústrias oferecem até R$ 5,00/@ abaixo da referência, entretanto, possuem dificuldade em fechar os negócios. No estado, as escalas de abate giram em torno de três dias.

Assim como na última semana a dica ainda é de cautela nas negociações. Alguns importantes compradores voltaram às compras, o que deve colaborar com um cenário menos incerto.

Suíno vivo: Semana inicia com queda de preço no RS

Por Larissa Albuquerque

A cotação do suíno vivo iniciou a semana com queda no Rio Grande do Sul. De acordo com a pesquisa semanal, realizada pela Acsurs (Associação dos Criadores de Suínos do Estado), o quilo do animal vivo perdeu R$ 0,23 em relação a última cotação, ficando em R$ 4,13.

Além da tradicional retenção de consumo na segunda quinzena do mês, o mercado de suínos enfrenta dificuldades devido aos efeitos da operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na sexta (17).

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, a analista de mercado, Juliana Pila, da Scot Consultoria, afirmou que a operação gera incertezas tanto no mercado interno, quanto externo. Contudo, lembrou que os patamares de preço ao suinocultor estão 33% superior em relação ao ano passado.

Ao longo da semana novas praças devem divulgar a referência para essa semana, e a expectativa é de que os preços fiquem mais frouxos nos próximos dias, devido às dúvidas de como será a reação da demanda doméstica e internacional.

Exportações

As exportações de carne de suína 'in natura' apresentaram declínio na comparação anual, após os embargos realizados por importantes compradores em retaliação a operação Carne Fraca.

Os dados do Ministério da Indústria, Serviços e Comércio Exterior, divulgado nesta segunda (27), trouxeram um total de 45,9 mil toneladas embarcadas até a 4ª semana de março (dezoito dias úteis). Esse resultado significa queda de 1,2% no volume exportado, se comparado ao igual período de 2016.

Em relação ao mês passado, as vendas externas seguem positivas em 3,9%.

Frango: Exportações de carne 'in natura' recuam 8,5% frente a fevereiro

Por Larissa Albuquerque

Os preços do frango vivo se mantém estáveis neste início de semana. Embora as indefinições sobre o mercado doméstico ainda permaneçam após a operação Carne Fraca, as cotações ao produtor seguem firmes.

Também refletindo as denúncias da Polícia Federal, as vendas de carne caíram significativamente na última semana, segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Assim, a expectativa é de que os preços no mercado físico, do mesmo modo, possam declinar nos próximos dias, por impacto da demanda interna fraca e do baixo desempenho das exportações na quarta semana de março.

O analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, lembra que a carne não embarcada no período está se acumulando nos estoques dos frigoríficos e, possivelmente serão destinadas ao mercado interno.

Exportações

As vendas de carne de frango 'in natura' demonstraram recuo expressivo na quarta semana de março, período em que os embarques do país foram afetados pelos efeitos da operação Carne Fracos, da Polícia Federal.

Os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgados nesta segunda (27), apontam uma queda de 8,5% no volume embarcado nos dezoito dias úteis desse mês, se comparado ao igual período de fevereiro. Com acumulado de 275,4 mil toneladas, as vendas também recuaram 8,6% na relação anual.

A receita do período está em US$ 461,6 milhões, apresentando perda de 8% frente ao mês passado, porém superior em 10,5% na comparação anual.

Para o analista da MB Agro, César de Castro Alves, se as restrições de compras permanecerem apenas as 21 unidades investigadas, não haverá comprometimento ao resultado final nas exportações em 2017.

Boi: Mercado inicia a semana sem referência e com negócios pontuais

Entrevista com Cesar de Castro Alves, analista de mercado da MBAgro

O mercado do boi gordo inicia a semana ainda com bastante cautela. Os negócios com arroba estão sem referência diante das incertezas de como será o fluxo de demanda nos próximos dias.

De acordo com o analista da MBAgro, César de Castro Alves, as indústrias devem voltar com apetite menor nesta semana. "As compras já não estavam aceleradas pelo ritmo retraído do mercado interno, por isso, os frigoríficos não devem aumentar a procura por matéria prima, uma vez que há bastante ruído ainda", diz.

Além disso, um retorno no volume habitual das compras resultaria em excedente de carne no mercado interno. É importante lembrar que o setor ficou praticamente uma semana sem realizar vendas externas, diante do embargo de importantes compradores.

No final de semana, porém, China, Egito e Chile reabriram seus mercados para importação. Essas informações já são refletidas nos negócios futuros do boi gordo, que abriram à segunda (27), em alta nos principais contratos.

Alves lembra que Hong Kong, outra potência de importação, ainda não divulgou o fim dos embargos, mas "que possivelmente seguira a China, anunciando a liberação das comprar nos próximos dias", acrescenta.

Assim, as expectativas voltam a ficar positivas em relação ao mercado externo. Para o analista, se as restrições "ficarem apenas as 21 plantas investigadas, o efeito sobre o setor seria mínimo, não comprometendo as previsões de exportação para o ano".

Apesar das novidades positivas, Alves diz que o momento é de cautela ao pecuarista, sendo "preciso observar o movimento dos frigoríficos, que possivelmente ainda operarão em ritmo lento", conclui.

 

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Fonte: Notícias Agrícolas + Scot

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