Influenza aviária pode reduzir importação de carne de frango da China, diz Rabobank
As perspectivas para a indústria avícola mundial em 2017 foram abaladas por um aumento acentuado no número de casos de Influenza Aviária em Humana (AI) na China, segundo análise realizada pelo Rabobank. As projeções passaram de muito otimista para pessimistas, com preços caindo acentuadamente no mercado interno chinês.
Para o banco, os recentes casos de AI devem transformar o mercado local, reduzindo o apetite para aves importações nos próximos meses.
Embora o status sanitário do Brasil continue elevando as perspectivas sobre a competitividade de carne nacional no mercado externo. O Rabobank alerta que o enfraquecimento da demanda na China pode afetar "especialmente o Brasil, que vem fornecendo a maioria parte das importações diretas para a China", diz.
"Aumento das exportações de aves brasileiras para a Ásia e para a região MENA (Oriente Médio e África do Norte) provavelmente continuará, embora o atual mercado recessão na China possa afetar os volumes de curto prazo", acrescenta a análise.
O banco ainda estima que a redução no apetite chinês poderá influenciar, ainda que momentaneamente, os preços internacionais, já que a China é atualmente um grande importador mundial.
Mercado interno
Por outro lado, as projeções do Rabobank para o mercado interno brasileiro seguem positivas. Depois do 2016 desafiador, em função dos altos custos dos grãos, a tendência é de queda nos custos de produção.
"Na verdade, essa tendência já está acontecendo. Em janeiro 2017, quando a colheita doméstica de milho de verão começou, os preços indicativos da ração foram, em média, 21% inferiores à janeiro 2016", ressalta o banco.
Na demanda interna - que corresponde a 70% das vendas - o Rabobank não espera uma recuperação total [apenas parcial] do consumo até o final de 2017. Portanto, as exportações continuarão tendo um papel fundamental no desempenho da indústria.