Oferta enxuta impulsiona preços do boi gordo; frango e suíno vivo com demanda frágil
Boi Gordo: Mercado com oferta enxuta e preços firmes
Por Juliana Serra, médica veterinária da Scot Consultoria
Mercado do boi gordo com oferta enxuta e preços firmes nesta quarta-feira.
A pequena disponibilidade de boiadas mantém os preços sustentados. Na maioria dos estados, as indústrias que não têm contratos a termo ou parcerias estão com suas programações especialmente apertadas.
No balanço geral, o boi gordo subiu em oito das trinta e uma praças pesquisadas pela Scot Consultoria, o que retrata o cenário de cotações em alta em grande parte do país.
Porém, para a carne bovina, a situação é de mercado mais frouxo.
Apesar dos estoques ainda enxutos, os preços da carne com osso tiveram queda no atacado. O boi casado de animais castrados está cotado em R$9,89/kg, queda de 2,9% desde o início desta semana.
Em curto prazo, este pode ser um fator limitante para valorizações mais expressivas para a arroba.
Suíno Vivo: Estabilidade marca o mercado neste final de mês
Por Larissa Albuquerque
Nesta quarta-feira (28) os preços do suíno vivo no mercado independente fecharam estáveis. A demanda evoluí lentamente e os preços do animal vivo continuam com dificuldade de elevação.
Nessa semana, quatro praças definiram manutenção nas cotações, ao passo que somente Santa Catarina registrou acréscimo de R$ 0,10 na referência, fechando cotado a R$ 3,90/kg.
Já Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Rio Grande do Sul têm cotações estáveis. As praças mineiras e goianas mantiveram os preços em R$ 4,20/kg. Em São Paulo, a APCS/Bolsa de Suínos informou permanência na referência entre R$ 4,11 a R$ 4,21/Kg. E o mesmo cenário foi observado no mercado gaúcho com manutenção de R$ 3,92 o quilo do animal vivo, condição bolsa.
Devido à restrição do consumo, os preços da carne suína no atacado também registram quedas. Com isso a proteína bovina ficou, em setembro, menos competitiva em relação à carne suína.
De acordo com dados da Scot Consultoria, atualmente é possível comprar 1,7 quilos de carne suína com um quilo de carne bovina (boi casado) no atacado em São Paulo. Este valor é 28,0% maior quando comparado ao mês anterior.
Este cenário é resultado das recentes altas para a carne bovina (16,4%) e queda para a carne suína (9,1%).
Como fator positivo está à demanda externa, que vem reagindo de maneira oposta ao consumo no mercado brasileiro. A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) aponta que em agosto houve acréscimo de 30,7% na comparação com o mesmo período de 2015.
Além disso, o Brasil poderá receber 15 missões veterinárias de vários países, até o final do ano, para inspeção sanitária em estabelecimentos registrados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Quatro delas já estão confirmadas, sendo uma de Cuba (para carne suína e de aves); e outra da Bolívia (para carnes de aves, bovina e suína).
Frango vivo: Consumo frágil impede valorizações no mercado independente
Por Larissa Albuquerque
O fraco desempenho das vendas no varejo vem enfraquecendo o mercado do frango vivo. Ao longo de todo o mês de setembro as cotações permaneceram estáveis nas principais praças de comercialização.
Nem mesmo o esperado incremento da demanda na primeira quinzena foi capaz de modificar as cotações. Agora, com a proximidade do final do mês é comum que o consumo caia com o passar do tempo, reduzindo ainda mais a firmeza do mercado.
Em São Paulo o preço médio negociado está em R$ 3,10/kg, mas segundo a Scot Consultoria há relatos de negócios abaixo da referência. "Para os próximos dias, o mercado deve permanecer mais parado, com as indústrias voltando à atenção para o controle de estoques", afirma em nota.
No atacado, os volumes de negociações diminuíram e os preços cederam. A carcaça passou de R$ 4,75/kg para os atuais R$ 4,55/kg.
Ainda assim, a relação de cotação do animal vivo e o abatido tem apresentado perspectivas opostas. Dados do site AviSite, apontam que penúltimo trimestre do ano o ganho no frango abatido foi de 21%, enquanto no vivo a valorização no período foi de 10%.
A explicação desse cenário é que "com a presente crise de consumo, as integrações recorrerão bem menos ao mercado independente. Com isso, os preços da ave viva devem evoluir de forma bem mais moderada", declarou a publicação.
Como fator positivo estão os dados de alojamentos de pintos em julho, indicando um movimento de ajuste do mercado.
De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) o volume de alojamento no período foi o menor registrado nesse ano.
O total de 7,412 milhões de cabeças e corresponde a redução anual de 5,2%. Em relação ao mês anterior, a queda foi de 0,3%.