Oferta enxuta impulsiona o mercado do boi gordo; Frango e suíno vivo seguem estáveis

Publicado em 22/09/2016 08:17

Boi Gordo: Com oferta restrita de animais terminados o mercado está com pressão de alta

Por Juliana Serra, médica veterinária da Scot Consultoria

As margens de comercialização dos frigoríficos, em recuperação desde o início deste mês, têm permitido que sejam ofertados preços maiores pela arroba do animal terminado.

Além disso, a disponibilidade de animais prontos para o abate é restrita. A seca, que acomete grande parte das regiões do país, e o menor número de animais advindos de confinamento contribuem para este cenário. Estes fatores colaboram para a pressão altista no mercado.

Em Rondônia, a arroba do macho terminado teve valorização de 4,0% desde o início de setembro e está cotada em R$131,00, à vista. 

Além desta praça, houve reajuste positivo em mais seis, considerando o boi gordo.

Em curto e médio prazos, a expectativa é de manutenção da pressão de alta no mercado, uma vez que a oferta de animais terminados deve continuar restrita.

Frango Vivo: Com demanda fraca, mercado registra preços firmes nesta 4ª feira

Por Sandy Quintans

Nesta quarta-feira (21), as cotações para o frango vivo tiveram um novo dia de estabilidade. Em setembro, os preços nas principais praças de comercialização não tiveram mudanças, mantendo Minas Gerais como a região com maior valor praticado – em R$ 3,30/kg. Em São Paulo, a referência de negócios segue em R$ 3,10/kg.

Com a aproximação do final do mês, o mercado tende a ter menos movimentações nos próximos dias. Porém, mesmo no início de setembro não houve valorizações, o que acabou frustrando as expectativas do setor – segundo explica o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.

Por outro lado, houve uma redução na oferta de animais em relação ao ano passado. Dados da Apinco (Associação Brasileira de Produtores de Pinto de Corte), divulgados pelo Avisite, apontam que o recuo foi de 5,5% na comparação com agosto de 2015.

Segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), levantamento realizado por agroindústrias do setor aponta que deve haver uma redução na produção com o cenário de altos custos de produção. Com isso, a demanda pelo cereal deve ser reduzida em mais de 1 milhão de toneladas.

“A perspectiva positiva sobre o abastecimento de milho também é influenciada pela oferta do cereal nos silos paraguaios e argentinos, além do bom desempenho da Primeira Safra, especialmente nos estados do Sul, que concentram 70% da produção de carne de frango e 80% da produção de carne suína. Para os dois setores, entretanto, é indispensável que seja viabilizada a importação de milho dos Estados Unidos para o Brasil. Com isto, a escassez que enfrentamos no primeiro semestre não deverá se repetir”, afirma o presidente da ABPA, Francisco Turra.

Suíno Vivo: Após altas, cotações fecham 4ª feira com estabilidade

Por Sandy Quintans

As cotações para o suíno vivo voltaram a registrar estabilidade nesta quarta-feira (21). Nesta semana, algumas praças de comercialização registraram leve reação de preços, mas o cenário é de preços firmes em grande parte das regiões. Em São Paulo, com a recuperação que houve nos últimos dias, a referência de negócios segue entre R$ 77 a R$ 79/@ – equivalente a R$ 4,11 a R$ 4,21/kg.

Informações da Safras & Mercado apontam que a demanda enfraquecida é um dos fatores que tem influenciado a pouca movimentação em setembro, inclusive com relatos por parte dos frigoríficos. Para o analista Allan Maia, os próximos dias devem ser de preços estáveis devido ao período do mês, que é de menor consumo.

Com isso, os custos de produção continuam sendo de preocupação ao setor, mesmo com alguns recuos nas cotações do milho – principal insumo que tem afetado o cenário. “O alto custo segue como maior preocupação do suinocultor brasileiro e reajustes nas cotações são necessários para a recuperação da margem operacional da atividade”, explica Maia.

Além disto, a Scot Consultoria aponta que a carne suína perdeu competitividade frente a bovina nos últimos meses. Com a recuperação em São Paulo e os recuos de preços para a carcaça bovina, houve uma queda de 20,2% na relação de troca.

“A restrição produtiva para a carne suína e de frango, estimulada sobretudo pelas valorizações expressivas do milho, colaborou para este ajuste. A migração de parte do consumo da carne bovina para estas proteínas é outro fator”, aponta a consultoria.

Por outro lado, as exportações têm tido bom resultado nas parciais de setembro. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgadas na segunda-feira, até a terceira semana foram embarcadas 35,4 mil toneladas, com média diária de 3,2 mil toneladas.

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Fonte: Notícias Agrícolas + Scot

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