Pressão de baixa sobre o boi gordo, frango e suíno vivo diminuiu na última semana
Boi Gordo: Preços firmes em SP, na praça de Araçatuba a referência está R$ 153,50/@
Por Juliana Serra, médica veterinária da Scot Consultoria
Preços firmes no mercado do boi gordo em São Paulo.
A disponibilidade de animais terminados diminuiu em relação às semanas anteriores e a pressão de baixa perdeu força no mercado. Com isso, as escalas de abate dos frigoríficos no estado atendem entre três e quatro dias.
Na praça de Araçatuba-SP, a arroba do boi gordo está cotada em R$153,50, à vista. Porém, algumas indústrias têm ofertado preços acima da referência.
No panorama geral, das trinta e uma praças pesquisadas pela Scot Consultoria, houve alta em quatro e queda em três, considerando o macho terminado.
As recentes quedas nos preços da carne têm feito com que a margem de comercialização das indústrias que fazem desossa fiquem mais apertadas.
Desde o início de abril deste ano, o boi casado de animais castrados passou dos R$9,93/kg para os atuais R$9,12/kg. Queda de 8,2% no período.
Frango Vivo: Demanda melhora, mas oferta ainda pressiona as cotações nesta semana
Por Larissa Albuquerque
Os preços do frango vivo no mercado independente exibiram leve recuperação nesta semana com o incremento da demanda de início de mês, mas a oferta ainda supera a necessidade do mercado e impede valorizações significativas.
Na terça-feira (10) a praça de Minas Gerais registrou o terceiro reajuste em sete dias de negócio, passando de R$ 2,35/kg para R$ 2,55/kg. Com a valorização de R$ 0,20 - no período - a cotação em Minas volta a superar o mercado paulista.
Em São Paulo, o valor de comercialização do animal vivo está em R$ 2,50/kg, seguida do Rio Grande do Sul que registra R$ 2,45/kg e de Paraná e Santa Catarina, que tem o menor valor, R$ 2,46/kg, segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas.
Na praça paulista, no entanto, é importante considerar as observações de negócios abaixo da referência, apontando desequilibrou entre oferta e demanda maior do que tem sido visto nas demais regiões. Assim, os analistas consideram pouco provável reajustes positivos em São Paulo no decorrer de maio, visto que nem mesmo a demanda de inicio do mês foi capaz de elevar as cotações.
Nesta sexta-feira (13) o alerta de mercado do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) destacou os valores do frango vivo e do pinto de um dia que, devido à oferta dos animais vivos, seguem em queda na maioria das regiões acompanhadas.
Para o animal vivo, os atuais patamares são os menores desde junho/15, em termos nominais. "A expectativa de produtores consultados pelo Cepea era de que os altos preços da carne bovina e a redução do poder de compra de consumidores pudessem impulsionar as vendas da carcaça de frango. O que, por sua vez, elevaria a demanda por animais para abate. No entanto, a oferta segue superando a demanda, frustrando a expectativa desses agentes", disse.
Como fator positivo, o desempenho favorável das exportações de carne de frango brasileira colaborou para redução da oferta interna, fazendo os preços das carnes resfriada e congelada se manterem em alta desde o início de maio, segundo o Cepea.
Em nota o Centro informou que o frango resfriado fechou cotado a R$ 3,75 o quilo na sexta-feira (6), uma alta de 4,17% no acumulado do mês, segundo o indicador do Cepea com base no preço médio praticado no atacado da Grande São Paulo, São José do Rio Preto e Descalvado. Já o frango congelado ficou em R$ 3,76/kg, alta de 3,58% em maio.
Custos
A baixa disponibilidade interna do milho neste ano, consequência de exportações elevadas desde o segundo semestre de 2015; menor área cultivada na safra de verão; e expectativa de quebra na safrinha; mantém os preços do cereal em alta. Desde então, os custos de produção de frangos e suínos têm ficado altos, reduzindo margens de lucro do setor.
Neste sentido, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou na terça-feira (10) que negocia novas vendas de estoques de milho neste ano como forma de garantir o abastecimento dos produtores de frangos e suínos, após confirmação de que a segunda safra será menor que a do ano passado.
O governo pretende leiloar até 1 milhão de toneladas de milho neste ano, informou o Mapa em nota. Nos últimos três meses, 500 mil toneladas do grão já foram vendidas por meio dos leilões e, em abril, o governo aprovou a redução a zero do imposto de 8% sobre a importação do grão.
A expectativa da indústria de proteína animal é de que os preços do milho comecem a cair com o início da colheita da safrinha, entre o fim de maio e início de junho.
Exportações
Outro fator importante para o escoamento da produção neste ano de dificuldade no consumo interno são as exportações.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), na primeira semana de maio os embarques foram, em média, 18,93 mil toneladas dia contra os 16,32 mil t/dia – uma queda de 14%.
No entanto, segundo analistas, esses números não devem apresentar à frente um retrocesso significativo, uma vez que maio corrente tem um dia útil a mais.
Suíno Vivo: Demanda melhora e cotação sobe em SP e RS
Por Larissa Albuquerque
As cotações do suíno vivo no mercado independente sofreram influência do aumento no consumo nesta semana. Com a demanda típica de primeira quinzena, o incremento no consumo pelo dia das mães e as temperaturas mais baixas, algumas praças de comercialização registraram alta.
Segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas no Rio Grande do sul, a bolsa de suínos indicou alta de R$ 0,05 na referência, passando de 3,05/kg para R$ 3,10/kg. Enquanto que a cotação agroindustrial média do suíno ficou em R$ 2,78/kg.
Já em São Paulo a APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos) informou que diante da melhora na procura por animais a praça paulista também trouxe nova referência para esta semana entre R$ 57,00 a 59,00/@ o equivalente a R$ 3,04 a R$ 3,15/kg, respectivamente.
De acordo com a APCS a praça registrou boas vendas no varejo neste final de semana que proporcionaram um aumento de até R$ 1,00 por arroba na relação com a cotação praticada anteriormente.
Para o presidente da Associação, Valdomiro Ferreira, esse foi um reflexo do Dia das Mães e, por isso, pode ter um impacto limitado. “Com o consumo observamos uma redução na oferta, entretanto ainda não possibilita impulsionar novos reajustes, o mercado deve continuar imprevisto, pedimos aos criadores cautela”, disse.
Nas demais praças o mercado fechou estável. Em Santa Catarina os negócios acontecem a R$ 3,00/kg, seguido do Paraná com R$ 2,81/kg, Mato Grosso em R$ 2,63/kg e Mato Grosso do Sul com R$ 3,45/kg.
Em Minas Gerais e Goiás a referência foi mantida R$ 3,25/kg. “O mercado reagiu bem em termos de demanda na semana passada. Em volumes também, fechando em 7,73% a mais. Mas não foi o suficiente para a reação dos preços”, explicou o presidente da ASEMG (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais), Antônio Ferraz.
Nesta semana o alerta de mercado do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) destacou que depois de cinco semanas consecutivas de queda, as cotações da carne e do animal vivo voltaram a reagir em quase todas as praças acompanhadas.
Segundo o Centro, o início de mês e o clima frio impulsionaram o consumo, elevando o preço da carne. "O aumento na demanda pela carne, por sua vez, enxugou os estoques de frigoríficos. Com isso, pesquisadores do Cepea indicam que esses agentes elevaram as compras de animais vivos nesta semana, resultando em alta de preços também neste segmento", disse em nota.
Exportações
O Brasil segue com saldo positivo nas exportações de frango. Na primeira semana de maio (cinco dias úteis) os embarques totalizaram 16,8 mil toneladas, 27% acima da média diária registrada no mesmo período do mês passado, e 65,1% superior ao equivalente de 2015.
Em receita, o saldo foi de US$ 32,8 milhões com uma média diária de US$ 6,6 milhões, que corresponde a um avanço de 31,2% e 25,1% na relação abril/2016 e maio/15, respectivamente.
De janeiro a abril, as exportações atingiram 1,46 milhões de toneladas, uma alta de 15,4% em relação ao mesmo intervalo de 2015.