Na Folha: Com demanda alta, confinamento do boi deve crescer na pecuária do Brasil
O posto do Brasil é de maior exportador de carne bovina do mundo, com 1,25 milhão de toneladas embarcadas em 2014. São 198 milhões de cabeças de gado em uma área de pastagem de 167 milhões de hectares. Assim como a agricultura, a pecuária brasileira exibe números importantes que fortalecem a imagem de fornecedor de alimentos do mundo.
No entanto, para continuar atendendo à crescente demanda mundial por proteínas, a produção ainda precisa buscar ganhos de produtividade e previsibilidade, dizem especialistas do setor. E a chave da transformação deve passar por uma diminuição da imagem que temos do boi no campo, comendo exclusivamente capim.
O futuro aponta para o crescimento do confinamento, ambiente controlado no qual os animais são alimentados exclusivamente com ração, recebem água em abundância, não sofrem com o risco climático que pode afetar o pasto e a engorda do gado, e ganham peso para abate mais rapidamente.
Em relatório, o Rabobank ressalta que a disputa de área de pecuária com a agricultura deve estimular o crescimento do confinamento no país.
No último ano, 10% do rebanho brasileiro passou pelo confinamento (veja no infográfico). Segundo a Assocon (entidade que reúne os confinadores), o percentual deve saltar para 20% em dez anos. No Estados Unidos, quase 100% dos animais vão para o confinamento.
"O confinamento auxilia no ganho de produtividade e limita o desmatamento, mas a produção a pasto vai ser sempre fundamental para o país", diz Bruno Andrade, gerente executivo da Assocon. O diretor técnico da consultoria Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz, lembra que o confinamento teve impulso no país para manejo de pastagens. "O Brasil tem vantagens competitivas na engorda a pasto", observa.
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