Preocupação com Ásia persiste, mas robusta e arábica voltam a olhar para mesma direção

Publicado em 01/03/2024 12:12 e atualizado em 01/03/2024 12:59
Gil Barabach explica que robusta começou a perder patamar positivo em relação ao arábica, mas que Brasil ainda pode ter grande participação

Já tem alguns meses que as altas do café robusta ajudam também na precificação do arábica. A baixa na produção da Ásia e a demanda aquecida fez com os que os preços deste café ganhassem destaque, ficando inclusive acima do arábica por um longo período.  Mas de acordo com Gil Barabach, analista da Safra & Mercado, nas últimas semanas os terminais de Londres e Nova York voltaram  a seguir na mesma direção. 

"Isso quer dizer que o robusta perdeu força de deslocamento positivo em relação ao arábica e um dos fatores pra isso é que o robusta está caro em relação ao arábica e isso já movimenta a indústria", afirma o analista. 

É importante ressaltar que o mercado já precificou e entendeu que as principais origens produtoras de robusta como Vietnã e Indonésia devem ofertar menos ao mercado no próximo ciclo, mas o analista pontua que a partir de abril novos cafés começam a entrar no mercado e devem pressionar as cotações. 

"Tem bastante coisa para andar ainda, mas temos também um sinal positivo para a safra do Vietnã no final do ano. Então também é um movimento que a gente está observando, uma tentativa de andar mais próximo ao arábica no primeiro momento. A chegada da safra brasileira e a chegada do robusta de outras origens de robusta pode movimentar preço e equilíbrio desse café", afirma. 

O produtor de conilon do Brasil precisa estar atento para os próximos meses, apesar do café brasileiro ainda ser mais competitivo no mercado. "A princípio o El Niño nos abandona, pode ter La Niña no final do ano e isso é favorável para a produção da Ásia, naturalmente isso vai afetar a curva de preço", complementa. 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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