Vendas de café em supermercados nos EUA caem abaixo dos níveis pré-pandêmicos
Por Marcelo Teixeira
NOVA YORK (Reuters) - As vendas de café em supermercados nos Estados Unidos, o maior consumidor mundial da bebida, caíram para níveis abaixo dos pré-pandêmicos no ano até o final de setembro, de acordo com dados da NIQ, à medida que os preços continuaram a aumentar.
As vendas gerais de café embalado caíram 3,7% em relação ao período do ano anterior, para 1,13 bilhão de unidades, a terceira queda anual consecutiva e o nível mais baixo desde 2019.
Os preços do café por unidade aumentaram 9,3% no ano até o final de setembro, somando-se a um aumento de 12% nos 12 meses anteriores.
"O que está acontecendo com o café no varejo dos EUA é o que está acontecendo com produtos de mercearia dos EUA em geral", disse Matthew Barry, gerente de Insight, Alimentos e Bebidas, na Euromonitor International.
"Os preços vêm subindo há muito tempo e isso está causando uma pressão significativa sobre os volumes porque os consumidores estão cortando", disse ele.
As vendas de café moído tiveram a maior queda, de 5,6%, enquanto as cápsulas de café -- um produto premium de preço mais alto -- tiveram a menor queda, de 1,4%.
Entretanto, Jim Watson, diretor executivo de Pesquisa de Bebidas do Rabobank, acredita que os números contam apenas parte da história da demanda de café nos EUA.
Ele disse que um aumento nas vendas on-line durante e após a pandemia não aparece no rastreamento tradicional dos PDVs (pontos de venda).
"O comércio eletrônico está crescendo, as cápsulas de café estão tomando parte do café torrado e moído, e uma porcentagem maior de cápsulas de café é vendida on-line", disse ele.
Ele também observou um aumento nos modelos de assinatura, em que os consumidores de café recebem seus cafés favoritos em casa regularmente.
Watson espera que a demanda por café nos EUA aumente um pouco este ano, observando que os preços praticamente pararam de subir.
Barry, da Euromonitor, disse que as vendas em cafeterias também parecem estar se mantendo bem.
"Como não se trata de muito dinheiro no grande esquema das coisas, essas ocasiões são mais protegidas do que gastos maiores", disse ele.
(Reportagem de Marcelo Teixeira)