Honduras avança na exportação de café arábica em dezembro, mas condição das lavouras é preocupante para 22
A exportação de café arábica de Honduras avançou 46% no mês de dezembro, com embarque de 819 mil sacas. No ano anterior o embarque foi de 561 mil sacas, de acordo com dados divulgados pelo Conselho Nacional de Café de Honduras. Também em dezembro, Honduras manteve a retomada como principal fornecedor de café certificado na ICE, posição que por nove meses foi ocupada pelo Brasil no ano passado.
O produtor de Honduras sentiu fortemente os impactos climáticos nos últimos anos. Só em 2021, o país foi atingido por dois furacões e tempestade, o que trouxe muito problema no campo e também na infraestrutura para escoamento da safra.
Segundo Omar Funez, Secretário-Geral da CONACAFE Honduras a retomada nas exportações foi possível graças a elevação dos preços na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Com a redução na oferta brasileira e outras origens produtoras enfrentando problemas, o preço avançou expressivamente no último ano.
"Poderíamos dizer que o produtor de café hondurenho foi um pouco motivado pelos bons preços no mercado internacional, mas ainda está sentindo os impactos das mudanças climáticas. A safra atual não foi recuperada", afirma ao Notícias Agrícolas.
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Para o ciclo de 2022, Omar afirma que Honduras trabalha com a expectativa de produção de 8.5 milhões de sacas, deste montante pelo menos 7.5 milhões tem como destino final a exportação. O restante deve ser distribuído para consumo interno.
Com relação às condições das lavouras, Omar afirma que o cenário não é dos mais favoráveis na safra em desenvolvimento. "Em algumas áreas a planta de se recuperou, ou seja, está com folhas, mas não tem quantidade suficiente de frutos, então sabemos que a produtividade vai cair", acrescenta. Comenta ainda que o excesso de chuva também vem favorecendo a incidência de ferrugem e para alguns produtores, o problema atinge mais de 50% da área de produção.
Além disso, há alguns anos Honduras se depara com dificuldade para encontrar mão de obra na colheita, o que pode trazer ainda mais impasse nos próximos meses. "Por isso não poderíamos dizer que há uma recuperação. Só nesses meses houve um aumento de preço e as exportações foram melhores. Produtores já informaram que a quantidade de café é reduzida em relação ao ano passado", ressalta.
A torcida é para que os preços se sustentem no longo prazo, para que então o produtor de Honduras possa voltar a fazer os investimentos necessários. "Espero que os preços permaneçam assim, aí sim acho que teremos uma melhor recuperação em nível de produtividade", afirma.