Seca no Brasil dá suporte para ganhos do café em NY e Londres nesta 3ª
Depois de queda na sessão anterior com previsão de retorno da umidade, as cotações do café arábica voltaram a subir levemente nesta terça-feira (04) com foco nas adversidades climáticas no cinturão brasileiro. Em Londres, depois do feriado, o dia também foi de ganhos.
O vencimento julho/21 do arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) subiu 10 pontos no dia, cotado US$ 140,35 c/lb, com máxima de 143,20 c/lb e mínima de 139,70 c/lb, além de ganhos similares nos contratos mais distantes. O robusta saltou US$ 18, para US$ 1474 a tonelada.
A questão climática adversa no Brasil voltou a dar suporte ao mercado do café nesta sexta-feira com as atualizações da previsão do tempo que apontam a continuidade de baixos níveis de chuva e altas temperaturas nos principais estados produtores do grão, Minas Gerais e Espírito Santo.
"Permanece predominantemente seco no Brasil e não há previsões de chuvas significativas nas áreas cafeeiras à frente. Algumas cooperativas e associações apontam uma redução significativa da produção com uma perda de até 30% ", disse em relatório Jack Scoville, analista da Price Futures Group.
Cafeicultores e envolvidos do mercado no Brasil temem que, além de 2021/22, a produção de 2022/23 também possa ser impactada pelas condições climáticas adversas. Por outro lado, segundo o analista, as condições de produção de café em outras partes da América Latina parecem boas.
Os últimos dias também foram complicados para a fase final de desenvolvimento dos cafezais. A Barchart destacou, com base em dados da Somar, que a maior região de cultivo de arábica do Brasil, Minas, teve na semana passada apenas 2% da chuva registrada na média histórica.
Além disso, o mercado também olha para a demanda por café no mundo, que parece estar se recuperando em meio à pandemia do coronavírus. A Organização Internacional do Café divulgou nesta terça que as exportações globais, de outubro a março, aumentaram 3,5% no comparativo anual, para 65,4 milhões de sacas.
Mercado interno
Acompanhando o cenário externo, com foco na quebra de safra no Brasil, os negócios no mercado físico iniciaram a semana com mais altos a estáveis nas praças de comercialização.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve a maior alta no dia no Oeste da Bahia (AIBA), com 735,00 a saca de 60 kg. No entanto, também registrou salto em Guaxupé (MG) e Poços de Caldas (MG).
O tipo cereja descascado subiu 0,61% no dia em Poços de Caldas (MG) e está valendo R$ 830,00 a saca.