Criada na UFV, máquina que permite colheita de café em terreno montanhoso é patenteada

Publicado em 25/06/2020 12:26

Uma das mais recentes patentes concedidas à Universidade Federal de Viçosa (UFV) este ano é de um equipamento com potencial para proporcionar significativos avanços à cafeicultura. A “máquina derriçadora articulada tratorizada de frutos de café e similares” possibilita a colheita em áreas de plantio cuja declividade seja superior a 10% – limitação que impede a utilização, em regiões montanhosas, dos modelos atualmente disponíveis. A invenção permite a realização desse procedimento em espaços com inclinação de até 50%.

A derriçadora foi desenvolvida no Laboratório de Mecanização Agrícola, vinculado ao Departamento de Engenharia Agrícola (DEA) da UFV, pelos pesquisadores Mauri Martins Teixeira e Raphael Magalhães Gomes Moreira – à época, respectivamente, professor e estudante de doutorado no DEA. Além de permitir a colheita – e, consequentemente, o plantio – em terrenos antes impróprios, o invento contribui para minimizar a falta de mão de obra disponível, problema recorrente no setor.

Outra vantagem da colhedora de café é possuir um chassi que permite a articulação da sua estrutura superior, já que os equipamentos convencionais têm um sistema hidráulico de compensação da inclinação. Mas um dos maiores destaques está no alto da máquina, onde fica o mecanismo de articulação que permite a colheita em terrenos com declividade em torno de 50%, mantendo os derriçadores sempre a uma mesma altura do solo. Com isso a colheita é feita em toda a planta, independentemente da inclinação.

Comparada à colheita manual, a invenção proporciona outras vantagens além da eficiência. Permite, por exemplo, que se realize trabalho em períodos noturnos, e também que haja liberação da planta em menor tempo, criando melhores condições de recuperação para uma nova safra. Há, ainda, a possibilidade utilizá-la em outras culturas, como a da azeitona e da uva, com benefícios similares.

O depósito do pedido de patente havia ocorrido no final de 2013, sendo que no mês passado a mesma foi concedida à Universidade pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A concessão confere a seu titular – no caso, a UFV – o direito de impedir terceiros de produzir, usar, vender ou importar o objeto patenteado sem consentimento do detentor.

Atualmente, a UFV possui 245 depósitos de pedidos de patentes, tendo obtido concessão para 49 delas, segundo a Comissão Permanente de Propriedade Intelectual (CPPI).

Tags:

Fonte: Divulgação Institucional

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Mapa divulga nova lista de marcas e lotes de café torrado impróprios para consumo
Na era da comunicação em alta velocidade, produtor precisa adotar estratégia inteligente para aproveitar bom momento para os preços do café
Café termina semana com recuperação e monitorando safra brasileira
StoneX reduz previsão de safra de café 24/25 do Brasil, mas vê alta anual
Café: Ajustando preços, mercado volta a subir nesta 6ª feira
Café: Sem novidades nos fundamentos, NY e Londres têm leves baixas