Colheita dos Robustas Amazônicos: A melhor estratégia para superar os desafios é respeitar o ciclo natural

Publicado em 09/04/2020 14:12

Não é de hoje que a resposta para os principais desafios do homem é compreender e interpretar o ambiente. Sabemos que, tanto a produtividade quanto a qualidade do café, são a combinação entre o ambiente, a genética e o manejo realizado pelo agricultor. E esta combinação faz com que cada região produtora seja única.  

Mas, quando o cafeicultor não compreende ou não respeita alguns desses elos que formam e modificam o grão de café, perde a sua individualidade e tudo que o torna especial.

O desenvolvimento completo de um fruto de café começa mesmo antes do surgimento das flores. Inicia-se no período de desenvolvimento vegetativo e formação dos ramos produtivos, passa por um período de dormência que, normalmente, coincide com a época mais seca do ano. Assim, nas primeiras chuvas, as gemas florais têm a sua dormência quebrada e inicia-se uma das fases mais importantes para a produtividade do café. Após a florada, que pode ser plena ou seguida de floradas menores, ocorre a fecundação, que resulta em um frutículo em desenvolvimento denominado de “chumbinho”.

Após esse momento, se inicia o pegamento e expansão desses frutos que se tornam o dreno prioritário das plantas e a razão principal de todas as ações e preocupações do cafeicultor. É o momento em que não pode faltar água, nutrientes e deve-se ter atenção com a sanidade da lavoura e dos frutos. 

De forma geral, pode-se dizer que o produtor tem evoluído muito nos cuidados nesta fase de pré-colheita. Tanto que, na última década, a produtividade dos Robustas Amazônicos no Estado de Rondônia teve um aumento de 350%. Evoluiu de um nível quase extrativista, de oito sacas por hectare, para um mais tecnificado, com 36 sacas por hectare.

Entretanto, apesar de toda a evolução da última década, muitos produtores não têm atentado para a importância das fases de finalização de um ciclo de quase dois anos para se chegar ao fruto de café. É como se o cafeicultor estivesse em uma maratona e desistisse do prêmio justamente no quilômetro final. É, literalmente, nadar um oceano e morrer afogado na praia. 

O “Sprint” final do cafeicultor corresponde às etapas de colheita e pós-colheita. O café é uma cultura perene e tudo conta para o sucesso da lavoura. Os frutos são os resultados das escolhas, boas e ruins, do plantio à colheita. Mas, sem sombra de dúvidas, as etapas finais de colheita e pós-colheita são as mais determinantes para a qualidade de bebida. E, o que muitos produtores não se dão conta, é que o são também para o rendimento da lavoura. 

O momento da colheita é o que mais demanda mão de obra e corresponde por cerca de 40% do custo de produção. Está aí mais um motivo para este ser o período crucial para o sucesso de quase dois anos de investimento e suor do produtor. Qualquer ação na colheita representa grande impacto no rendimento, qualidade e na remuneração final. Sim, a colheita é o momento da verdade, aquele que separa o joio do trigo.

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Fonte: Embrapa Café

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