Sacarias de juta não serão mais armazenadas na Cocatrel

Publicado em 29/10/2019 16:46
Decisão leva em conta o alto custo com o modelo de sacarias, leis trabalhistas e melhor prestação de serviços para o cooperado

As sacarias de juta, embalagem que há muitos anos foi símbolo da cafeicultura, estão com os dias contados. A mudança do modelo de sacarias para granel vem para atender normas trabalhistas além de diminuir os custos de produção.

Em 2019, a Cocatrel recebeu 80% dos 1.35 milhão de cafés, a granel ou em big bags. Sendo assim, a cooperativa mudou a estratégia e, desde setembro, o cooperado pode entregar o café em sacarias, porém a Cocatrel não o armazena mais dessa forma. Para reduzir custos, agilizar e estar em consonância com as rigorosas leis trabalhistas, as sacarias serão recebidas, porém o saco será aberto e o café posteriormente embegado.

“Fizemos um minucioso estudo e percebemos que o custo da hora/homem no modelo de sacarias é 30% mais alto que no granel. Além disso, são necessários muito mais colaboradores para realizar o trabalho. Enquanto no granel precisamos de 7, nas sacarias são 24. Outra vantagem da granelização diz respeito à produção, que no modelo a granel, cada homem produz 120% a mais que nas sacarias, o que garante a entrega de um serviço bem melhor ao cooperado”, explica Guilherme Pinelli, responsável pelos armazéns da Cocatrel.

Tomando como exemplo a exportação, um trabalhador com uma empilhadeira pode encher um contêiner com big bags em 25 minutos. Para encher o mesmo contêiner com sacas de juta são necessários sete homens e mais de duas horas e meia de trabalho.

“A cooperativa quer reduzir custos para rentabilizar cada vez melhor os cooperados e por isso optou pela decisão de não mais vender e nem fazer doações de sacarias em 2020. Ao contrário disso, irá continuar a financiar os equipamentos para a granelização das fazendas. Hoje uma turbininha, que é de fácil instalação e utilização, custa em torno de R$2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) nas lojas da Cocatrel e está com ótimas condições de pagamento”, afirma Luiz Antônio Vinhas Oliveira, diretor comercial da Cocatrel.

Além das vantagens da redução de custos para a cooperativa, o que já trará benefícios para o cooperado, a economia que se faz dentro da fazenda tem que ser levada em conta. Se o produtor colocar no papel os custos que se têm com mão de obra e também com sacaria, que hoje é vendida a R$4 (quatro reais) cada, perceberá que é muito mais caro do que simplesmente colocar tudo à granel em um caminhão ou carretinha, ou ainda se utilizar um big bag, que comporta 10 sacas de café, custa R$35,00 (trinta e cinco reais) e é devolvido ao cooperado no ato da descarga.

Além disso, para as sacarias, será necessário ter gente para costurar, empilhar, colocar no caminhão, o que agregará mais custo. O tempo que se leva é muito maior, ocupando quase o dia inteiro de um funcionário e o preço do frete também é mais alto, uma vez que é necessário ficar muito mais tempo no armazém para descarregar o café e as empresas terceirizadas cobram pela distância e pelo tempo que se gasta com o serviço.

Enfim, seja você um grande, médio ou pequeno cooperado, atente-se para essas informações, faça suas contas, procure trocar informações com quem já fez a transição dos modelos de sacarias para granel e tome a decisão mais acertada para a sua produção.

A Cocatrel coloca-se à disposição para quaisquer esclarecimentos e instruções sobre como granelizar sua propriedade.

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Fonte: Cocatrel

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