Café arábica testa máxima de 7 meses em NY com previsão de geada no Brasil
As cotações futuras do café arábica encerraram a sessão desta segunda-feira (1º) com alta próxima dos 200 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures). O mercado chegou a subir mais durante o dia, testando máximas de sete meses, acompanhando a previsão de geadas no Brasil e câmbio.
O vencimento julho/19 encerrou o dia com alta de 190 pontos, a 110,15 cents/lb, o setembro/19 anotou 111,35 cents/lb com 190 pontos de ganhos. O contrato dezembro/19 subiu 190 pontos, a 114,95 cents/lb e o março/20 teve 118,50 cents/lb e 190 pontos positivos.
"Temperaturas muito abaixo da média são esperadas para sexta-feira, o que elevará a ameaça de geadas", disse em nota a consultoria meteorológica Radiant Solutions. A preocupação é crescente porque o Brasil é o maior produtor e exportador do grão e a próxima safra é alta.
Os principais institutos meteorológicos do Brasil convergem com a chegada do frio nos próximos dias, incluindo áreas do cinturão produtivo de café do Brasil. Uma forte massa de ar frio de origem polar chega ao Sul do país neste segunda-feira e avança pelo Centro-Sul nos próximos dias.
"O pico desta onda de frio deve ser nos dias 5 e 6 de julho de 2019", destaca a Climatempo convergindo com os dados do Modelo Cosmo do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A empresa ressalta que as temperaturas podem ficar negativas no Sul e próximas de 0°C no Sudeste e no Centro-Oeste.
A Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) informou nesta terça-feira que a colheita dos seus cooperados atingiu 43,48% até o dia 21 de junho. Os trabalhos estão mais acelerados do que nos últimos anos. Em 2018, era 22,93% da produção colhida.
Além dos fundamentos, o câmbio também contribuiu para o avanço no mercado do arábica nesta segunda, segundo o site internacional Barchart. Apesar de registrar alta às 16h55 (horário de Brasília), a R$ 3,846 na venda, acompanhando os trâmites da reforma da previdência.
"Um real mais forte desencoraja as vendas de exportação pelos produtores de café do Brasil", afirma o Barchart sobre a influência cambial. Essa foi a segunda sessão consecutiva em que o mercado externo do arábica fechou acima da média móvel de 200 dias.
Mercado interno
Acompanhando as altas externas, o mercado brasileiro de café arábica passou a registrar avanços nos principais tipos negociados. Essa situação contribuiu para que mais negócios fossem registrados, de acordo com analistas consultados pelo Notícias Agrícolas.
"O mercado físico brasileiro de café apresentou-se firme e comprador. Houve boa procura e negócios com todos os padrões de café, mas o foco principal dos compradores foram os arábicas de boa qualidade a finos", destacou em boletim o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 483,00 e alta de 1,05%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com saca a R$ 465,00 e avanço de 3,33%.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 465,00 e valorização de 4,49%. Foi a maior no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 450,00 e alta de 0,90%. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu no Oeste da Bahia com alta de 4,43% e saca a R$ 412,50.
Na sexta-feira (28), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 434,39 e alta de 1,33%.