Safra de café do Brasil atingirá 55 mi sacas, prevê illycaffè
SÃO PAULO (Reuters) - A safra de café do Brasil em 2019, que se aproxima do período decolheita, deverá atingir 55 milhões de sacas de 60 kg, ante um recorde de 61,6 milhões de sacasem 2018, estimou nesta quarta-feira a processadora italiana illycaffè.
Do total, a safra de café arábica deverá atingir 38 milhões de sacas, ante 47,4 milhões no ano passado, enquanto a de robusta crescerá para 17 milhões de sacas, versus 14,2 milhões desacas em 2018.
A torrefadora italiana espera uma safra de boa qualidade neste ano, apesar da menor produção pelo ciclo bienal de produção do Brasil, que alterna anos de alta e de baixa produtividade.
O ciclo impacta principalmente o arábica, com o robusta apresentando uma produtividade mais estável entre uma safra e outra.
"Há também o fator do menor uso de produtos para cuidados com a safra, por conta dos menores preços do café", disse Andrea Illy, presidente do conselho do grupo, a repórteres em São Paulo, antes do evento anual com cafeicultores.
O Brasil geralmente representa metade do volume total que é comprado pela empresa anualmente para a produção de seu café expresso global, que também inclui outras origens, como Colômbia e Etiópia.
Andrea Illy afirmou que a empresa espera que o mercado mundial do café esteja equilibrado ao final deste ano, o que pode melhorar os preços. Alguns analistas esperam até mesmo uma virada em direção ao déficit no ano-safra de 2019/20.
Os preços do café arábica em Nova York tocaram uma nova mínima de 13 anos nesta semana, com operadores cientes de uma possível grande safra vindo do Brasil novamente no próximo ano, quando o país voltará a ter um ano de alta em seu ciclo de produção.
A processadora italiana normalmente compra cafés de agricultores com contratos de longo prazo, pagando um prêmio em média 30 por cento acima dos vencimentos futuros de Nova York.
Andrea Illy disse que, apesar da performance fraca dos preços do café recentemente, vê umademanda positiva nos próximos anos, direcionada principalmente pelo mercado asiático e pelo crescimento do consumo na China.
(Por Marcelo Teixeira)