Café: Bolsa de Nova York tem alta de cerca de 200 pts na sessão desta 2ª feira
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta segunda-feira (04) com altas de cerca de 200 pontos. O mercado externo se ajusta ante a queda na última sexta-feira, mas também repercute as informações sobre o tempo no Brasil.
O vencimento março/19 encerrou o dia a 105,60 cents/lb e alta de 190 pontos e o maio/19 registrou 108,65 cents/lb e avanço de 185 pontos. O contrato julho/19 anotou 111,30 cents/lb 175 pontos positivos e o setembro/19 teve 114,05 cents/lb e 175 pontos de valorização.
"As preocupações com a safra de café do Brasil elevaram os preços do café pela manhã depois que a Somar Meteorologia informou que a precipitação em Minas Gerais, maior estado produtor, foram de apenas 5 mm na semana passada, ou 13% da média histórica", reportou o site Barchart.
Áreas produtoras de café do Brasil, incluindo as de arábica em Minas Gerais e as de conilon no Espírito Santo, estão sem chuvas volumosas por vários dias, segundo relatos dos produtores. A safra 2019/20 do Brasil está em pleno desenvolvimento.
14 cidades produtoras de café, todas elas acompanhadas pelo Sistema para o Monitoramento Agro-energético da cultura do Café da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), estão sem chuvas acima de 2 milímetros há mais 20 dias, em um cenário de altas temperaturas.
"Nesse mês de janeiro, tivemos temperaturas muito altas e poucas chuvas e isso impactou na formação do "coração negro", que são frutos pretos devido às altas temperaturas e nas lavouras mais novas também tivemos frutos que reduziram massa", disse Alysson Fagundes, engenheiro agrônomo da Fundação Procafé.
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Em sua primeira estimativa para a safra 2019/20, divulgada em 17 de janeiro, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), estimava a produção de café no Brasil entre 50,48 e 54,48 milhões de sacas de 60 kg, levando em conta as variedades arábica e conilon, uma diminuição de 18,1% a 11%.
O dia também foi de ajustes no arábica depois de queda de mais de 200 pontos na última sexta-feira (1º). O câmbio, que impacta as exportações, exerceu pouco impacto sobre os preços nesta segunda-feira. O dólar comercial fechou a sessão com alta de 0,29%, cotado a R$ 3,6728 na venda.
Em entrevista no final da semana passada ao Notícias Agrícolas, o diretor de trading e analista, Rodrigo Costa, afirmou que o dólar deve seguir nos próximos dias sendo o principal agente que pode modificar as cotações. Além disso, a safra brasileira também deve continuar no radar.
Mercado interno
Os negócios com café no Brasil seguem lentos e os preços tiveram oscilação em poucas praças nesta segunda-feira, apesar do avanço externo. Produtores não se animam com os atuais patamares, algumas vezes abaixo dos custos de produção, e vão ao mercado apenas na necessidade de caixa.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 442,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca (SP) com queda de 3,33% e saca a R$ 435,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 435,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 2% e saca a R$ 409,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 - estável. A maior oscilação no dia ocorreu no Oeste de Bahia com alta de 2,05% e saca cotada a R$ 399,00.
Na sexta-feira (03), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 415,64 e alta de 0,12%.