Café: Cotações do arábica caem mais de 150 pts nesta 6ª feira em NY em ajustes e com câmbio
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta sexta-feira (14) com queda de mais de 150 pontos. O mercado externo do grão caiu em ajustes ante a alta registrada na véspera, mas teve forte pressão do câmbio. Na semana, houve queda de 1,78%.
O vencimento março/19 encerrou o dia com recuo de 185 pontos, a 102,25 cents/lb e o maio/19 teve recuo de 180 pontos, cotado a 105,40 cents/lb. Já o julho/19 registrou 108,10 cents/lb com desvalorização de 180 pontos, enquanto que o setembro/19 registrou 110,85 cents/lb e 175 pontos de perdas.
O mercado externo do arábica registrou movimentos técnicos de acomodação durante a maior parte desta sexta-feira após a alta de cerca de 100 pontos na véspera. No entanto, o câmbio passou a exercer forte influência sobre as cotações externas da variedade.
O dólar comercial encerrou a sessão com alta de 0,63%, cotado a R$ 3,9046 na venda, mas chegou a avançar mais, acompanhando o mercado internacional após divulgação de dados fracos da economia chinesa. A moeda estrangeira mais alta tende a encorajar as exportações da commodity, mas pesa sobre os preços.
"A desaceleração chinesa e europeia... reflete os prejuízos causados pela prolongada indefinição comercial entre Estados Unidos e China", disse para a agência de notícias Reuters o operador da Advanced Corretora Alessandro Faganello.
O mercado também acompanhou na semana as divulgações do Brasil, maior produtor e exportador do mundo. Eduardo Carvalhaes, analista do Escritório Carvalhaes, destacou que a divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de produção de 59,6 milhões de sacas de 60 kg já estava sendo acompanhada.
De acordo com o analista, com a crise climática dos últimos três anos, o Brasil esgotou seus estoques de café, embora haja a safra recorde, reforçada pelos dados do IBGE de ontem. O consumo interno é crescente, bem como as exportações caminham bem - em novembro, foram em torno de 3,7 milhões de sacas exportadas.
Mercado interno
O mercado brasileiro segue com negócios lentos. Dados da consultoria Safras & Mercado, inclusive, apontam vendas em 64% até o dia 10 de dezembro. "A queda nos preços acabou afugentando os vendedores. O comprador também mostrou menos agressividade por origem brasileira, contribuindo com a morosidade dos negócios", disse o analista de mercado Gil Carlos Barabach.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 460,00 - estável. A oscilação mais expressiva foi registrada em Patrocínio (MG) com avanço de 1,12% e saca a R$ 440,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (MG) com saca a R$ 425,00 – estável. A maior oscilação foi registrada em Poços de Caldas (MG) com desvalorização de 0,24% com saca a R$ 415,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 e estabilidade. A maior oscilação ocorreu em Araguari (MG) com recuo de 2,38% e saca a R$ 410,00.
Na quinta-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 420,01 e queda de 0,10%.